Festival Tugafest cancelado pela segunda vez

Evento já tinha sido desmarcado em Agosto e, agora, voltou a defraudar as expectativas dos aveirenses.

Foto
O Alboi não chegou a ser cortado a meio por uma estrada, mas o projecto levado a cabo pela Câmara de Aveiro merece muitas críticas dos moradores deste bairro típico da cidade adriano miranda

A justificação avançada pela organização, e que está escrita na página de Facebook do evento, é que “por motivo de doença e consequente internamento de um dos responsáveis da organização do Tugafest, […] o mesmo foi cancelado”. Contudo, e segundo informações avançadas por alguns habitantes locais, a GNR esteve na quinta-feira no festival – naquele que era o primeiro dia do cartaz – e as actuações musicais foram dadas por terminadas por falta de licenças.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A justificação avançada pela organização, e que está escrita na página de Facebook do evento, é que “por motivo de doença e consequente internamento de um dos responsáveis da organização do Tugafest, […] o mesmo foi cancelado”. Contudo, e segundo informações avançadas por alguns habitantes locais, a GNR esteve na quinta-feira no festival – naquele que era o primeiro dia do cartaz – e as actuações musicais foram dadas por terminadas por falta de licenças.

Contactado pelo PÚBLICO, Luís Figueiredo, da organização, reconheceu que houve um atraso na emissão da licença, “mas isso não era impeditivo para continuar com o festival, uma vez que, no segundo dia, já estaria tudo tratado”. O problema, assegurou Luís Figueiredo, foi mesmo o seu problema de saúde. “Era uma estrutura pequena a organizar o festival, estava tudo dependente de mim”, frisou o organizador.

O Tugafest já era para ter acontecido em Agosto, com um cartaz que contemplava vários artistas nacionais de renome – José Cid, Ana Moura, Quim Barreiros, Xutos, entre outros –, mas, acabou por ser adiado a poucas horas de começar. Quatro dos cinco cabeças de cartaz acabaram por cancelar as suas actuações, a poucos dias do início do festival, alegando incumprimento contratual. A organização – que teve de devolver o dinheiro dos bilhetes vendidos – não desistiu e apresentou um cartaz de apenas quatro dias, mantendo os nomes de Rita Guerra (que devia actuar este sábado), Herman José (previsto para sexta-feira) – que já estavam no primeiro programa – e acrescentando os Pólo Norte (cujo concerto estava agendado para este domingo). O programa da noite de quinta-feira, a única que acabou por acontecer, ainda que tenha sido interrompida a meio, era dedicada à música electrónica e tinha entradas gratuitas.

Não obstante esta insistência da organização em avançar com um novo cartaz, mais reduzido e comedido, a verdade é que na freguesia de São Jacinto, tal como o PÚBLICO noticiou esta semana, poucos ou nenhuns acreditavam que o festival ia, mesmo, acontecer. Por força do adiamento, em cima da hora, em Agosto, os habitantes locais preferiam “ver para crer”. Agora, surge a confirmação: o Tugafest foi cancelado.

Dezenas de aveirenses já manifestaram o desagrado nas redes sociais perante este novo revés na realização do festival. Resta saber que impactos terá este cancelamento no debate político local. Aquando do adiamento, em Agosto, ouviram-se várias críticas à actual maioria camarária (PSD/CDS), uma vez que a autarquia tinha decidido apoiar o evento, isentando-o de taxas.

Junta lamenta “irresponsabilidade”
Entretanto, a Junta de Freguesia de São Jacinto já veio dizer que “lamenta a situação de transtorno criada a todas as pessoas que pretendiam assistir ao Tugafest, em especial à população residente, mas também aos emigrantes, visitantes e turistas”.

A autarquia garante que, “desde a primeira hora que colaborou activamente e a título gracioso com o promotor para que os concertos se pudessem realizar”. “Inexplicavelmente e por duas vezes o Tugafest foi cancelado, o que demonstra uma total incapacidade, irresponsabilidade e falta de respeito por parte do promotor para com a autarquia local, os espectadores e sobretudo para com a população de São Jacinto”, é referido num comunicado da junta. 

Câmara também lamenta
A Câmara de Aveiro, pela voz de Rogério Carlos, adjunto do presidente do executivo – Ribau Esteves encontra-se ausente do país – também já reconheceu que a situação é “lamentável”. “Foi-nos apresentado um projecto que nos pareceu importante para o município e particularmente para São Jacinto, em especial naquela data inicialmente proposta. Depois, foi adiado, por incapacidade do promotor e, agora, esta nova data acaba por ser também cancelada”, enquadrou Rogério Carlos.

“Lamentamos tudo aquilo que esteve à volta do evento”, acrescentou o adjunto, ao mesmo tempo que notava que “São Jacinto e o município aparecem na comunicação social pelos piores motivos”. Contudo, Rogério Carlos fez questão de vincar que a autarquia não tem responsabilidades no desfecho final deste processo uma vez que este era um evento promovido por um privado. “O nosso apoio era institucional, como fazemos com outros eventos que ocorrem no município”, frisou.