Comitiva de Dhlakama atacada no centro de Moçambique

Ataque, testemunhado pela Lusa, foi dirigido por homens da Unidade de Intervenção Rápida das forças de defesa e segurança.

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O carro do presidente da Renamo não foi atingido GIANLUIGI GUERCIA/AFP

O ataque, testemunhado pela Lusa no local, foi dirigido por homens da Unidade de Intervenção Rápida das forças de defesa e segurança de Moçambique, cerca das 19h00 (18h00 em Portugal), em Chibata, junto do rio Boamalanga, quando a comitiva de Dhlakama regressava de um comício em Macossa e se encaminhava para Chimoio, capital de Manica.

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O ataque, testemunhado pela Lusa no local, foi dirigido por homens da Unidade de Intervenção Rápida das forças de defesa e segurança de Moçambique, cerca das 19h00 (18h00 em Portugal), em Chibata, junto do rio Boamalanga, quando a comitiva de Dhlakama regressava de um comício em Macossa e se encaminhava para Chimoio, capital de Manica.

Os militares da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) responderam aos tiros e entraram no mato em perseguição dos homens da UIR, enquanto o resto da comitiva, incluindo Dhlakama, permaneceu no local.

O carro do presidente da Renamo não foi atingido, mas o motorista de um dos veículos da caravana ficou ferido com gravidade.

Um militar da Renamo disse à Lusa que há outros quatro feridos entre os homens da UIR.

A comitiva retomou a sua marcha cerca das 20h30 locais para Chimoio, onde é esperada uma declaração de Dhlakama sobre o incidente.

Moçambique vive momentos de incerteza política, com o líder da Renamo a não reconhecer os resultados das últimas eleições gerais e a exigir a governação nas províncias onde reclama vitória, sob ameaça de tomar o poder pela força.

Governo e Renamo não chegaram a um entendimento sobre o desarmamento do partido de oposição, que abandonou as negociações de longo prazo com o Governo em Maputo, e nas últimas semanas têm ocorrido episódios de violência entre as duas partes na província de Tete, centro do país.

O líder da Renamo anunciou a instalação de um quartel em Morrumbala, província da Zambézia, e a criação de uma polícia própria do partido, ao mesmo tempo que se recusa a encontrar-se com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, alegando que só o fará quando forem cumpridos integralmente o Acordo Geral de Paz, assinado em Roma em 1992, e o Acordo de Cessação de Hostilidades Militares, em Setembro de 2014