Carros de luxo de Collor de Mello comprados com milhões de suborno

Investigadores acusam senador e antigo Presidente brasileiro de participar num "sofisticado esquema de lavagem de dinheiro" que lhe rendeu mais de seis milhões de euros usados para comprar automóveis de luxo.

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Um dos carros de Collor de Mello que foram apreendidos pela polícia Ueslei Marcelino /reuters

Collor de Mello, que está acusado dos crimes de branqueamento de capitais e evasão fiscal num inquérito que corre no Supremo Tribunal Federal, poderá ter usado o dinheiro obtido de forma ilícita na compra de vários carros de luxo, registados como propriedade de empresas de fachada: um Ferrari, um Lamborghini e um Porsche, que foram apreendidos pela Polícia Federal na sua mansão de Brasília e que, por indicação do Procurador-geral da República, não deverão ser devolvidos por serem “produto de crime”.

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Collor de Mello, que está acusado dos crimes de branqueamento de capitais e evasão fiscal num inquérito que corre no Supremo Tribunal Federal, poderá ter usado o dinheiro obtido de forma ilícita na compra de vários carros de luxo, registados como propriedade de empresas de fachada: um Ferrari, um Lamborghini e um Porsche, que foram apreendidos pela Polícia Federal na sua mansão de Brasília e que, por indicação do Procurador-geral da República, não deverão ser devolvidos por serem “produto de crime”.

De acordo com os investigadores, Collor terá montado, com os seus assessores e colaboradores e várias empresas (entre as quais a sua Água Branca Participações, que não tem funcionários ou sede), um “circuito” de movimentação de verbas referentes a contratos celebrados com a Petrobras Distribuidora e a DVBR Derivados do Brasil.

A defesa do antigo Presidente brasileiro – que em 1992 resignou ao cargo na véspera da votação da sua destituição pelo Congresso por suspeitas de corrupção—, ainda não se pronunciou sobre os últimos desenvolvimentos da investigação, mas já requereu a devolução dos automóveis e restantes bens apreendidos em buscas realizadas nas suas residências e escritórios.

No mês passado, Collor classificou as buscas como uma “perseguição” e uma “humilhação” e atacou duramente os investigadores da Lava-Jato, que na sua opinião “extrapolaram todos os limites do Estado de direito, extrapolaram todos os limites constitucionais e todos os limites da legalidade”.