Montanha, de João Salaviza, na Semana da Crítica de Veneza

É a aguardada longa-metragem do cineasta português, o filme que faz depois de um estonteante percurso pelas curtas - Palma de Ouro em Cannes a Arena, em 2009, Urso de Ouro em Berlim a Rafa, em 2012.

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Por todas as razões e mais algumas, este é um filme esperado. A ver como Salaviza se desembaraça? Bem, para já ele assume que não se desembaraça de um tema que o fascina e que o fascinou nas curtas anteriores, a adolescência. O título, Montanha, também é isso: continuar a escalar qualquer coisa de imponente. Em Janeiro deste ano, assistimos às misturas finais, em Paris, do filme - ficou-nos na memória uma sequência com um trio num cume de languidez, três adolescentes num sofá, dois rapazes (Rodrigo Perdigão de Rafa; o outro, o protagonista, David Mourato) e uma rapariga, a Paulinha (Cheyenne Rodrigues), flutuando numa espécie de absoluto. Montanha passa-se nas alturas, no oitavo andar de um edifício, no bairro dos Olivais, em Lisboa. “É a suspensão do tempo e do espaço. As cenas de interiores parecem-me sempre ser coisas em suspensão, como o lado sensorial da adolescência”, dizia Salaviza ao PÚBLICO.

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Por todas as razões e mais algumas, este é um filme esperado. A ver como Salaviza se desembaraça? Bem, para já ele assume que não se desembaraça de um tema que o fascina e que o fascinou nas curtas anteriores, a adolescência. O título, Montanha, também é isso: continuar a escalar qualquer coisa de imponente. Em Janeiro deste ano, assistimos às misturas finais, em Paris, do filme - ficou-nos na memória uma sequência com um trio num cume de languidez, três adolescentes num sofá, dois rapazes (Rodrigo Perdigão de Rafa; o outro, o protagonista, David Mourato) e uma rapariga, a Paulinha (Cheyenne Rodrigues), flutuando numa espécie de absoluto. Montanha passa-se nas alturas, no oitavo andar de um edifício, no bairro dos Olivais, em Lisboa. “É a suspensão do tempo e do espaço. As cenas de interiores parecem-me sempre ser coisas em suspensão, como o lado sensorial da adolescência”, dizia Salaviza ao PÚBLICO.

Nesta 30ª edição da Semana da Crítica, secção paralela que tem a sua própria competição - os filmes do concurso principal só serão anunciados na próxima semana -, Montanha estará acompanhado por The Family, também um primeiro filmes, 4 horas e 40 minutos de um relato ficcionado a partir de uma biografia, realização de Liu Shumin, cineasta de origem chinesa naturalizado australiano (os programadores falam no filme, uma viagem à descoberta da China, como o seu coup de foudre); Banat de Adriano Valerio, também realizador distinguido - com menção especial - no concurso de curtas de Cannes; Light Years de Esther May Campbell; Motherland, da turca Senem Tuzen; Tanna, do duo australiano Martin Butler, e Bentley Dean, primeira incursão de dois documentaristas na ficção; The Return de Green Zeng (Singapura), e The Black Hen, que é a estreia na longa de um cineasta nepalês, Min Bahadur Bham, e é a primeira longa do Nepal alguma vez exibida no Festival de Veneza.

O programa desta 30ª edição contempla um olhar celebratório: a Semana da Crítica a olhar para a Semana da Crítica. Orphans, a estreia do actor Peter Mullan (1998), foi exibido nesta secção, e quatro anos depois Mullan chegaria à selecção oficial e ao Leão de Ouro com As Irmãs de Maria Madalena. Orphans vai abrir a secção este ano, com a presença do realizador.