EUA brindaram ao acordo de controlo nuclear com vinho da Madeira

Vinho da Madeira selou também a Declaração da Independência, em 1776. O secretário de Estado da Energia, o luso-descendente Ernest Moniz, levou uma garrafa para Viena.

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Ernest Moniz (à esq.), neto de açorianos, foi uma das principais figuras das negociações CARLOS BARRIA/AFP

A ideia foi do embaixador dos EUA em Lisboa, Robert Sherman, durante a passagem de Ernest Moniz pela cidade, na sexta-feira passada, onde foi distinguido por Cavaco Silva com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

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A ideia foi do embaixador dos EUA em Lisboa, Robert Sherman, durante a passagem de Ernest Moniz pela cidade, na sexta-feira passada, onde foi distinguido por Cavaco Silva com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

Moniz, neto de açorianos, foi um dos mais importantes responsáveis da Administração Obama durante a última fase de negociações com o Irão.

Antes de ter viajado para Viena, onde as delegações do Irão e do grupo conhecido como 5+1 (EUA, Reino Unido, China, França, Rússia mais a Alemanha – potências nucleares e membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas) chegaram a acordo, Moniz recebeu das mãos do embaixador Robert Sherman uma garrafa de vinho da Madeira, numa referência à assinatura da Declaração da Independência, em 1776, quando as 13 colónias americanas se declararam independentes do Reino Unido.

Segundo os historiadores, foi com vinho da Madeira que os fundadores dos Estados Unidos da América brindaram à independência, e o mesmo fez o primeiro Presidente, George Washington, na sua tomada de posse, em 1789.

Na passada sexta-feira, o embaixador norte-americano em Lisboa deu uma garrafa a Ernest Moniz e "disse-lhe que só a abrisse depois de ele e Kerry selarem um acordo com os iranianos", escreve o Washington Post.

"Moniz, o novo cavaleiro, a quem a delegação chama 'Sir Ernie de Fall River' (cidade no Massachussetts, onde nasceu, um dos grandes destinos da emigração portuguesa), abriu a garrafa e brindou com Kerry e três outros negociadores fundamentais: a sub-secretária de Estado para os Assuntos Políticos, Wendy Sherman; o chefe de gabinete do Departamento de Estado, Jon Finer; e o director do Conselho de Segurança Nacional para o Irão, Iraque, Síria e Estados do Golfo, Robert Malley."

Mas as comparações entre a Declaração da Independência e o papel de Ernest Moniz no acordo nuclear iraniano não ficam por aqui: o cabelo do secretário de Estado da Energia já tinha sido comparado às cabeleiras dos fundadores dos EUA pelo comediante Jon Stewart, que o entrevistou no seu programa:

 E o luso-descendente teve também direito ao seu momento de fama nas redes sociais: