Uma condenação perante a história

Oskar Gröning, conhecido como o “contabilista de Auschwitz”, foi condenado a quatro anos de prisão. A pena parece insignificante, face ao indizível horror do holocausto. É verdade que ele desempenhava um papel menor na engrenagem da máquina da morte estabelecida pelo nazismo. E é verdade também que, em consciência, resolveu em 1985 assumir as suas responsabilidades, ao contrário de milhares que o negaram. Isto, para os advogados de defesa, favoreceria um perdão: aos 94 anos, o tribunal devia absolvê-lo dos crimes, deixando-o apenas com o peso da “culpa moral”. Mas há crimes para os quais não há perdão e, mesmo que aparentemente leve, a pena aplicada a Oskar Gröning completa, perante a história, a pena que ele já aplicara a si próprio: “Sinto-me culpado em relação ao povo judeu, culpado por ter pertencido a um grupo que cometeu esses crimes, mesmo que não tenha sido um dos executores.” O tribunal fez o que devia.

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Oskar Gröning, conhecido como o “contabilista de Auschwitz”, foi condenado a quatro anos de prisão. A pena parece insignificante, face ao indizível horror do holocausto. É verdade que ele desempenhava um papel menor na engrenagem da máquina da morte estabelecida pelo nazismo. E é verdade também que, em consciência, resolveu em 1985 assumir as suas responsabilidades, ao contrário de milhares que o negaram. Isto, para os advogados de defesa, favoreceria um perdão: aos 94 anos, o tribunal devia absolvê-lo dos crimes, deixando-o apenas com o peso da “culpa moral”. Mas há crimes para os quais não há perdão e, mesmo que aparentemente leve, a pena aplicada a Oskar Gröning completa, perante a história, a pena que ele já aplicara a si próprio: “Sinto-me culpado em relação ao povo judeu, culpado por ter pertencido a um grupo que cometeu esses crimes, mesmo que não tenha sido um dos executores.” O tribunal fez o que devia.