Campo minado

Uma interessante adenda britânica aos filmes sobre a “guerra contra o terrorismo”.

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Em Kajaki, o estreante Paul Katis filma a história verídica de uma patrulha britânica no Afeganistão que dá por si presa com um ferido num campo de minas deixado pelos russos 25 anos antes. As comparações ao filme de Bigelow fazem sentido: o filme foca-se no “microcosmos” da camaradagem masculina, da “panela de pressão” de militares apanhados numa armadilha geoestratégica na qual não foram metidos nem achados, e aproveita o que de melhor há no realismo britânico para criar um retrato incisivo de homens dispostos a morrer pelo companheiro ao seu lado, mais do que por qualquer patriotismo. Kajaki funciona num diálogo interessante com um outro recente filme inglês sobre a tropa, o bem mais conseguido 71 de Yann Demange (que veremos no final do ano), à volta do conceito de “solidariedade de classe”. Mas refugia-se em demasia naquela reserva do profissionalismo irrepreensível ao qual falta o grão de personalidade para dar o salto.

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Em Kajaki, o estreante Paul Katis filma a história verídica de uma patrulha britânica no Afeganistão que dá por si presa com um ferido num campo de minas deixado pelos russos 25 anos antes. As comparações ao filme de Bigelow fazem sentido: o filme foca-se no “microcosmos” da camaradagem masculina, da “panela de pressão” de militares apanhados numa armadilha geoestratégica na qual não foram metidos nem achados, e aproveita o que de melhor há no realismo britânico para criar um retrato incisivo de homens dispostos a morrer pelo companheiro ao seu lado, mais do que por qualquer patriotismo. Kajaki funciona num diálogo interessante com um outro recente filme inglês sobre a tropa, o bem mais conseguido 71 de Yann Demange (que veremos no final do ano), à volta do conceito de “solidariedade de classe”. Mas refugia-se em demasia naquela reserva do profissionalismo irrepreensível ao qual falta o grão de personalidade para dar o salto.