Gala das Figuras, em Faro, com Michael Nyman

O programa “Allgarve” desapareceu há três anos sem deixar rasto nem continuidade. Do teatro à música, não faltam queixas dos agentes culturais.

A região que adoptou o termo Allgarve, como forma de atrair turistas à boleia da cultura, ainda não encontrou  financiamento que garanta uma programação artística de qualidade ao longo de todo o ano.

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A região que adoptou o termo Allgarve, como forma de atrair turistas à boleia da cultura, ainda não encontrou  financiamento que garanta uma programação artística de qualidade ao longo de todo o ano.

O concerto a solo do pianista britânico integra-se na “Gala das Figuras”, iniciativa que pretende destacar dez personalidades que, na óptica da direcção do teatro municipal, marcaram a década. No conjunto dos artistas e entidades agraciadas, encontra-se Rodrigo Leão, Diogo Infante, o músico brasileiro Tom Zé, mas também a Orquestra Clássica do Sul e a Companhia de Dança do Algarve.

O director da Companhia de Teatro do Algarve - ACTA, Luís Vicente, lançou  entretanto uma petição para a qual quer obter cinco mil assinaturas destinadas a exigir um debate parlamentar sobre os financiamentos à cultura no Algarve. Trata-se de um “imperativo de cidadania”, diz o actor.

Já em Setembro de 2005, Francisco Motta Veiga ( ex-administrador do CCB), depois de concluir três meses de programação no Teatro das Figuras, anunciou a sua saída, alegando falta de dinheiro “para continuar com uma oferta de qualidade”. Por outro lado, a Orquestra do Algarve, há cerca de um ano, passou a chamar-se Orquestra Clássica do Sul para tentar obter no Alentejo os financiamentos que lhe foram cortados na região. De orçamentos de milhões para cultura, só se falou enquanto durou o programa Allgarve, que foi sol de pouca dura: terminou em 2012, cinco anos depois de ter sido lançado.