Activistas colocam faixa no Parlamento: foi “vendido” e ninguém os avisou

AR abriu inquérito para esclarecer como conseguiram os activistas colocar a faixa. O grupo “Eu não me vendo”, ligado ao Agir, promete mais acções nesta segunda-feira e na campanha, contra privatizações e “perda de soberania” do Estado português. “A nossa soberania foi vendida”, contestam.

Não foi difícil colocar a faixa, garante o porta-voz do grupo, que prefere não ser identificado, acrescentando que entraram no edifício seguindo as normas estabelecidas, ou seja, passando pela segurança (identificação, detector de metais e raio-X). 

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Não foi difícil colocar a faixa, garante o porta-voz do grupo, que prefere não ser identificado, acrescentando que entraram no edifício seguindo as normas estabelecidas, ou seja, passando pela segurança (identificação, detector de metais e raio-X). 

A Assembleia da República já abriu um inquérito para esclarecer como conseguiram os activistas colocar a faixa na varanda do edifício. Numa resposta enviada por email ao PÚBLICO, o gabinete do secretário-geral do Parlamento adianta que os serviços de segurança, “logo que tomaram conhecimento da situação, procederam à recolha da faixa e desencadearam um inquérito interno tendente a esclarecer o que se verificou”.

O que preocupa estes activistas – que estão ligados ao movimento Agir, de Joana Amaral Dias e Nuno Ramos de Almeida, que concorre às legislativas em coligação com o Partido Trabalhista Português (PTP) – é, entre outras questões, a “perda de soberania do Estado português” e a “venda ao desbarato das empresas públicas”. Em causa estão privatizações, como a da TAP, por exemplo, “negociadas à porta fechada” e “decisões que vão vincular gerações”.

É essa perda de soberania em relação ao futuro do país que estes activistas reclamam – trata-se de “revindicar a devolução do poder de decisão”, perdida para os credores internacionais e instâncias europeias, alegam. “A menos que o Parlamento tenha sido vendido ao desbarato sem o nosso conhecimento”, ironiza o porta-voz do movimento.

O vídeo da acção já foi colocado no site do grupo   http://eunaomevendo.pt/ , acompanhado de um texto no qual se lê que “o governo vendeu tudo o que podia, por tuta e meia”, e “prepara-se para entregar a Carris e o Metro, depois de vender a TAP por 10 milhões de euros.”

“Tão grave quanto as negociatas”, escrevem ainda, “para entregar todos os sectores estratégicos da economia, o executivo de Passos Coelho entregou a soberania nacional aos pés da chanceler alemã Angela Merkel”. Isto significa, sublinham, que “o parlamento português deixou de ter autoridade sobre o Orçamento de Estado”, que “o BCE decide a política monetária”, que “Berlim decide o nosso orçamento”. Em suma: “A nossa soberania foi vendida, os nossos serviços públicos destruídos, a nossa economia serve para salvar bancos”.

Mas eles não vão ficar de braços cruzados: “Gente que não se vende tem de agir.” Por isso, prepararam mais acções já para esta segunda-feira – que serão conhecidas na terça-feira – e outras pensadas para agitar a campanha para as eleições legislativas.