Alunos do secundário unem-se para protestar contra exames nacionais

A página “Basta. Na rua pela escola pública” é a cara do protesto dos alunos de todo o país com o principal objectivo de abolir os exames nacionais como método de avaliação.

Foto
Público/ Arquivo

Nasceu, em 2013, de uma discussão online sobre exames nacionais, um grupo de facebook em que todos os estudantes são convidados a participar. Com as palavras de ordem “Basta! Não abdicamos da escola pública!”, viram a rede social como uma forma de juntar todos os alunos, de todas as escolas do país, que pudessem estar interessados em reivindicar “a escola a que temos direito, a escola pública, gratuita e de qualidade”, lê-se no facebook. Foi nesta página que nasceu um foto protesto que rapidamente se espalhou pelo país. Lançaram um desafio: aqueles que não concordassem com os exames nacionais como método de avaliação deviam tirar uma fotografia sua junto a um cartaz com as palavras “Não aos exames nacionais”. A página, que já conta com 2433 apoiantes, foi o ponto de partida para um protesto que alastrou. Para além das fotografias têm existido outras actividades, nomeadamente conferências sobre o assunto, quer na Escola Secundária Rodrigues de Freitas, no Porto, como na Escola Secundária Sebastião da Gama, em Setúbal.

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Nasceu, em 2013, de uma discussão online sobre exames nacionais, um grupo de facebook em que todos os estudantes são convidados a participar. Com as palavras de ordem “Basta! Não abdicamos da escola pública!”, viram a rede social como uma forma de juntar todos os alunos, de todas as escolas do país, que pudessem estar interessados em reivindicar “a escola a que temos direito, a escola pública, gratuita e de qualidade”, lê-se no facebook. Foi nesta página que nasceu um foto protesto que rapidamente se espalhou pelo país. Lançaram um desafio: aqueles que não concordassem com os exames nacionais como método de avaliação deviam tirar uma fotografia sua junto a um cartaz com as palavras “Não aos exames nacionais”. A página, que já conta com 2433 apoiantes, foi o ponto de partida para um protesto que alastrou. Para além das fotografias têm existido outras actividades, nomeadamente conferências sobre o assunto, quer na Escola Secundária Rodrigues de Freitas, no Porto, como na Escola Secundária Sebastião da Gama, em Setúbal.

Para Simão Calixto, aluno da Escola Secundária Sebastião da Gama, a questão que tem unido os estudantes é simples, os exames nacionais “vão contra a Lei de Bases do Sistema de Educativo: a avaliação deve ser feita de forma contínua ao longo dos 12 anos de escolaridade”. O Luís Miranda é do Norte, tem 20 anos e estuda na Escola Secundária Rodrigues de Freitas, mas a opinião é a mesma: os exames têm “a duração de uma hora e meia ou duas horas e avaliam um total de três anos de conhecimento”.

Ainda assim, para a Luísa Rodrigues, “a solução está no ensino público”, mas é necessário que este se reforme. “O número de alunos por turma aumentou muito, há falta de professores para leccionar cadeiras, muitos foram os alunos que não tiveram professores no início do ano. É necessário que os alunos tenham as mesmas condições, para receberem também as provas nas mesmas condições”.

Luís Miranda vai mais longe e nota que “alunos com menos posses não vão ter condições para contratar um explicador, por exemplo. No fundo, não vai ter as mesmas capacidades para aprender e fazer o exame que outro aluno que tenha essas posses terá”. Apresenta uma solução: a abolição dos exames nacionais e das vagas na entrada da universidade. Apoia uma avaliação à semelhança “do que se faz em países como Inglaterra”, explica, em que a entrada na universidade é feita através de trabalhos e entrevistas, não se limitando a algumas horas de exame, afinal “nem todos lidamos bem com esse tipo de pressão”, acrescenta.

Num ano de atrasos na colocação dos professores, o protesto que começou em 2013 ganhou força este ano. Os alunos exigem igualdade e, acima de tudo, mudança. "O nosso primeiro objectivo está nos estudantes e queremos chegar ao Ministério a Educação, por exemplo, e às mais altas instâncias para que se faça uma mudança”, diz Luís Miranda.
 
Texto editado por Andrea Cunha Freitas