Sauditas pedem aviões e navios ao Paquistão, mas Islamabad recua no Iémen

País aderiu à coligação contra os huthis, mas diz agora que prefere uma solução "política" para o conflito no Iémen.

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O ministro da Defesa, Khawaja Asif, fala em solução negociada para o Iémen Farooq NAEEM/AFP

O pedido foi confirmado pelo ministro paquistanês da Defesa, Khawaja Asif, que num debate nesta segunda-feira no Parlamento disse que, para já, o Governo de Islamabad prefere participar privilegiando uma “solução política” e “pacífica” para o conflito no Iémen.

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O pedido foi confirmado pelo ministro paquistanês da Defesa, Khawaja Asif, que num debate nesta segunda-feira no Parlamento disse que, para já, o Governo de Islamabad prefere participar privilegiando uma “solução política” e “pacífica” para o conflito no Iémen.

A coligação foi formada pela Arábia Saudita para combater os avanços dos huthis (xiitas), que pretendem tomar o poder e já expulsaram o Presidente sunita, Abed Mansour Hadi, que está refugiado em Riad.

O Paquistão aderiu à coligação, mas a pedido do primeiro-ministro, Nawaz Sharif, os deputados paquistaneses reuniram-se numa sessão especial nesta segunda-feira para repensarem a posição paquistanesa.

O Paquistão é aliado da Arábia Saudita, mas não quer hostilizar o vizinho Irão (de maioria xiita), que se opõe à intervenção militar. Na quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohammad Javad Zarif, chega a Islamabad para discutir a crise no Iémen.

Asif disse que a posição oficial do Paquistão (onde 20% da população é xiita; é o país onde vivem mais xiitas a seguir ao Irão) é, agora, a de privilegiar o diálogo, colocando-se ao lado da Turquia, que anunciou ter o mesmo objectivo — dos países muçulmanos, a Turquia e o Paquistão são os que têm os maiores exércitos.