Trabalhadores de bingo em Almada fazem greve por salários em atraso

Sindicato diz que ordenados estão a ser pagos em parcelas, situação que se arrasta há um ano.

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Bingos têm perdido clientes Rui Gaudêncio

À porta do bingo, os funcionários gritam: “Queremos os nossos salários!”. António Barbosa, dirigente do Sintab, garante que a empresa não está a pagar aos trabalhadores a tempo e horas, “situação insustentável para os trabalhadores e suas famílias”. “Esta situação arrasta-se há um ano, os subsídios são pagos, mas a prestações. A administração diz que a empresa Pefaco vai ficar com o bingo e pagar tudo o que está para trás, mas há seis meses que os trabalhadores ouvem isto e nada se passa”, afirma. O PÚBLICO tentou, sem sucesso, obter esclarecimentos junto da direcção do bingo de Almada.

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À porta do bingo, os funcionários gritam: “Queremos os nossos salários!”. António Barbosa, dirigente do Sintab, garante que a empresa não está a pagar aos trabalhadores a tempo e horas, “situação insustentável para os trabalhadores e suas famílias”. “Esta situação arrasta-se há um ano, os subsídios são pagos, mas a prestações. A administração diz que a empresa Pefaco vai ficar com o bingo e pagar tudo o que está para trás, mas há seis meses que os trabalhadores ouvem isto e nada se passa”, afirma. O PÚBLICO tentou, sem sucesso, obter esclarecimentos junto da direcção do bingo de Almada.

Esta sala chegou a ter 70 trabalhadores (de acordo com o Sintab) e é uma das nove que a Pefaco quer explorar em Portugal. O negócio já foi autorizado pela Autoridade da Concorrência, mas ainda não recebeu o aval do Governo. A empresa tem sede em Espanha e operações em países como o Congo, Costa do Marfim ou Ruanda. No total, quer passar a gerir as salas de jogo do Bingo de Coimbra, Almada, Nazaré, Olhão, Setúbal, Odivelas, Belenenses, Benfica e Boavista.

António Barbosa diz que os bingos continuam a ter clientes, mas há menos dinheiro a entrar. “Sabemos que o país em geral está numa situação complicada e estas empresas vivem das pessoas comuns que usam este tipo de diversão. A população está sem dinheiro e é mais complicado”, diz.

De acordo com os dados mais recentes da Associação Portuguesa de Bingos, em 2014 as vendas das 16 salas a operar em território nacional atingiram os 46 milhões de euros, um aumento de 3% em comparação com 2013. A entrada de novos prémios (como o Prémio Acumulado de Linha ou o Prémio Sala) ajudou a facturação a crescer. Contudo, há seis anos, os bingos vendiam 85 milhões de euros.