Estudantes de Coimbra contra um Governo que os deixa de "mãos atadas”

Estudantes do Ensino Superior de Coimbra manifestaram-se contra o Governo

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Nelson Garrido/arquivo

A manifestação contou com cerca de 400 estudantes do ensino universitário e politécnico de Coimbra. Começou com uma concentração no Largo Dom Dinis. Pelas 12h, os estudantes envergaram faixas, onde se lia "só faltas tu", numa referência àqueles que tiveram de desistir de formação superior.

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A manifestação contou com cerca de 400 estudantes do ensino universitário e politécnico de Coimbra. Começou com uma concentração no Largo Dom Dinis. Pelas 12h, os estudantes envergaram faixas, onde se lia "só faltas tu", numa referência àqueles que tiveram de desistir de formação superior.

Os alunos cantaram, com uma letra alterada, Grândola Vila Morena, pedindo um “ensino financiado”. Desceram as Escadas Monumentais enquanto intercalavam também músicas de um “cancioneiro novo”, criado para a ocasião, com palavras de ordem, como "acção social não existe em Portugal", "para os bancos vão milhões, para o ensino só tostões" ou "mais um empurrão e o Governo vai ao chão".

No final do protesto, em frente à AAC, Bruno Matias criticou o Governo, questionando "então se há cofres cheios, porque é que há estudantes com dificuldades? Porque é que há estudantes sem bolsa? Porque é que se corta nas universidades?". A manifestação fez ainda referência à emigração de jovens portugueses, contando com um momento musical protagonizado pela secção de Fado, que interpretou o "Cantar de Emigração", de Adriano Correia de Oliveira, que dizia que "este parte, aquele parte e todos, todos se vão".

No protesto, esteve ainda uma imagem em cartão do ministro da Educação, Nuno Crato, para se lembrar a recusa do Governo de visitar Coimbra e observar as dificuldades e problemas sentidos pelos estudantes, esclareceu Bruno Matias. Após essa recusa, a AAC rejeitou um convite posterior para um almoço esta terça-feira com o primeiro-ministro, Passos Coelho, em Braga, com representantes de várias associações académicas nacionais.

"É com orgulho que recusamos o almoço", frisou o presidente da AAC, referindo, numa alusão à presença da maioria das associações de estudantes no almoço com o primeiro-ministro, que a associação que lidera "nunca vai ficar sozinha, enquanto tiver os 30 mil estudantes de Coimbra a lutarem juntos". Sobre futuras acções de protesto, Bruno Matias afirmou que a AAC irá "à rua, sempre que for necessário".

Marco Eliseu, em representação dos estudantes do ensino politécnico de Coimbra, sublinhou que o movimento associativo tem de ter uma "voz reivindicativa", pedindo "mais acções e mais união".