Driss El Maloumi leva a magia do Oud à Culturgest

O marroquino Driss El Maloumi mostra esta sexta-feira na Culturgest a sua imensa arte no Oud. Ouvi-lo é uma experiência extraordinária, como se verá.

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Driss El Maloumi, é esse o seu nome, nasceu em Agadir, Marrocos, em 1970, e tornou-se um exímio tocador de Oud, recebendo entre 1992 e 1994 várias distinções no Conservatório Nacional de Música de Rabat, onde, segundo uma sua biografia sumária, “adquiriu uma muito sólida formação musical clássica árabe e ocidental.”

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Driss El Maloumi, é esse o seu nome, nasceu em Agadir, Marrocos, em 1970, e tornou-se um exímio tocador de Oud, recebendo entre 1992 e 1994 várias distinções no Conservatório Nacional de Música de Rabat, onde, segundo uma sua biografia sumária, “adquiriu uma muito sólida formação musical clássica árabe e ocidental.”

Ao mesmo tempo, em 1993, licenciava-se em literatura árabe na Universidade Ibnou Zohr, de Agadir, com uma tese onde ensaiou uma aproximação filosófica à música, relacionando forma e fundo do discurso artístico. Em nome próprio gravou, até à data, dois discos: Maroc: L’Âme Dansée (2005) e Makan (lançado em Setembro de 2013), ambos muito elogiados pela crítica. Veja-se a revista Songlines: “O primeiro álbum de Driss El Maloumi (…) mostrou que ele era um dos mais promissores tocadores de Oud da sua geração; Makan confirma-o como um dos melhores no seu instrumento. Desde os primeiros compassos fica claro que estamos a ouvir um verdadeiro mestre, alguém que combina uma espantosa técnica com uma alegre criatividade.”

Mas se Driss El Maloumi se tem afirmado na última década como solista, ao longo dos muitos anos que já leva a sua carreira tem tocado com as mais variadas formações ou músicos. Desde logo com Ballaké Sissoko (do Mali, na Corá) e Rajery (de Madagáscar, na Valiha), com quem formou em 2006 o trio 3MA (nome que se deve ao facto de todos os seus países de origem terem nomes a começar por M: Marrocos, Mali e Madagáscar).

Mas também tem tocado ao lado de grandes poetas (o marroquino Abdelatif Lâabi ou o sírio Adonis) ou colaborado com nomes com Alban Darche (saxofonista francês com quem gravou um disco de jazz, Tawada), Françoise Atlan (cantora francesa descendente de judeus sefarditas), Laurent Vouzly (cantor francês), Pierre Hamon (flautista francês), Keyvan Chemirani (percussionista iraniano), Omar Bashir (tocador de Oud húngaro de ascendência iraquiana), Carlo Rizzo (percussionista italiano) ou Jordi Savall (gambista catalão), com quem colaborou em diversos álbuns, incluindo os do Hespèrion Ensemble XXI.

Driss El Maloumi tem ainda composto música para filmes e para espectáculos como Isabel “I” (com direcção musical de Jordi Savall), O Amor Bruxo de Manuel de Falla e Oiseau de Lune (ambos com realização de Antoine Bourseiller) ou Caravane de Lune (com direcção de Gerard Kurdjian)

As apresentações de Driss El Maloumi têm corrido mundo, podendo ver-se no Youtube, entre as mais significativas, o seu concerto no Instituto do Mundo Árabe, em Paris, em 2013, intitulado La couleur des âmes (o concerto está na íntegra online) ou uma gravação onde toca o Oud com a técnica “basm”, dedilhando as cordas apenas pelos dedos da mão esquerda, no braço do Oud, ficando a mão direita solta ou apenas a desenhar ligeiras percussões na caixa do instrumento.

Em Lisboa, no palco da Culturgest (que continua, assim, a fazer jus ao epíteto de “Casa do Mundo”), Driss El Maloumi faz-se acompanhar pelos percussionistas Saïd El Maloumi (seu irmão mais novo) e Lahoucine Baquir, que tocam com ele há já vários anos.