Navalni vai 15 dias para a prisão por distribuir panfletos

Crítico de Putin estava a promover uma acção de protesto e fica impedido de participar na manifestação de 1 de Março.

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Alexei Navalni é levado pela polícia depois de ouvir a sentença Sergei Karpukhin / Reuters

Segundo a acusação, a distribuição de panfletos que apelam a uma manifestação é ela própria considerada uma manifestação, e uma vez que Navalni não pediu autorização, o blogger incorreu numa ilegalidade. Ainda antes da sua detenção, o activista apelou através do seu site pessoal para a participação na marcha do dia 1 de Março, em Moscovo.

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Segundo a acusação, a distribuição de panfletos que apelam a uma manifestação é ela própria considerada uma manifestação, e uma vez que Navalni não pediu autorização, o blogger incorreu numa ilegalidade. Ainda antes da sua detenção, o activista apelou através do seu site pessoal para a participação na marcha do dia 1 de Março, em Moscovo.

A manifestação “anticrise” pretende reunir cem mil pessoas, segundo Navalni, contra as políticas do Governo russo que atiraram o país para uma crise económica grave. Os analistas dizem, contudo, que o blogger – que ganhou notoriedade em 2013 quando ficou em segundo lugar na corrida à autarquia de Moscovo – tem poucas possibilidades de se apresentar como uma ameaça à hegemonia de Putin.

Apesar da degradação da economia russa, a popularidade do Presidente russo continua a bater recordes junto do eleitorado, sobretudo desde a anexação da Crimeia em Março do ano passado.

Navalni pretende utilizar a crise económica como catalisador do descontentamento de algumas faixas da população. Entre 2011 e 2012, o activista liderou várias manifestações contra o Governo russo depois de ter ganho popularidade com o seu blogue, no qual denunciava esquemas de corrupção em algumas empresas estatais.

Em Dezembro, Navalni foi condenado a três anos e meio de prisão com pena suspensa pelo desvio de dinheiro da filial russa da empresa de cosméticos Yves Rocher. Os críticos do Kremlin consideram que a decisão – que também abrangeu o seu irmão, Oleg – não passa de uma forma de castigar o activista pela sua actividade política.