A história de uma fotógrafa

Juliette Binoche brilha num filme que promete uma coisa e acaba por ser outra menos interessante.

i-video

O que acontece durante quase todo o resto é outro filme: sobre o conflito entre uma profissão que Rebecca, a personagem de Binoche, encara como uma vocação, um serviço público, e a sua vida familiar com um marido e duas filhas que quase nunca a vêem. Esse filme é um melodrama significativamente mais convencional e menos estimulante, que se quer seco e justo mas tomba em excesso em lugares-comuns bem-intencionados e até num certo idealismo bem-vindo de sentimento ocidental de culpa que é insuficientemente trabalhado pelo guião. É pena, porque a actriz francesa, sempre a colocar-se em risco, empresta à sua fotógrafa a fragilidade e a densidade que falta em todas as outras áreas do filme; e se existe de facto algo de pessoal em Mil Vezes Boa Noite - o realizador norueguês Erik Poppe começou ele próprio como repórter fotográfico – não se percebe que o resultado final seja indistinto, anónimo, previsível.

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O que acontece durante quase todo o resto é outro filme: sobre o conflito entre uma profissão que Rebecca, a personagem de Binoche, encara como uma vocação, um serviço público, e a sua vida familiar com um marido e duas filhas que quase nunca a vêem. Esse filme é um melodrama significativamente mais convencional e menos estimulante, que se quer seco e justo mas tomba em excesso em lugares-comuns bem-intencionados e até num certo idealismo bem-vindo de sentimento ocidental de culpa que é insuficientemente trabalhado pelo guião. É pena, porque a actriz francesa, sempre a colocar-se em risco, empresta à sua fotógrafa a fragilidade e a densidade que falta em todas as outras áreas do filme; e se existe de facto algo de pessoal em Mil Vezes Boa Noite - o realizador norueguês Erik Poppe começou ele próprio como repórter fotográfico – não se percebe que o resultado final seja indistinto, anónimo, previsível.