Roma vai ter o seu primeiro red light district

Objectivo é travar a expansão da prostituição nas zonas residenciais do EUR, no sul da cidade.

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Alguns críticos tema a crianção de guetos para a prostituição BERTRAND LANGLOIS/AFP
Ignazio Marino, o presidente da câmara de centro esquerda, deu o seu acordo a este projecto que irá ficar situado numa zona maioritariamente ocupada por edifícios de escritórios e habitação, conhecida como EUR, a sul do centro histórico da capital italiana.

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Ignazio Marino, o presidente da câmara de centro esquerda, deu o seu acordo a este projecto que irá ficar situado numa zona maioritariamente ocupada por edifícios de escritórios e habitação, conhecida como EUR, a sul do centro histórico da capital italiana.

Marino decidiu em concordância com o conselho municipal que tinha proposto a autorização da prostituição numa parte não residencial do EUR de modo a reduzir o impacto sobre a vida local. Actualmente, mais de duas dezenas de ruas desta freguesia são ocupadas pelo negócio da prostituição, que se alastrou para muitas zonas residenciais.

Passando a haver uma zona autorizada, a polícia poderá multar até 500 euros as prostitutas e prostitutos que exerçam a sua actividade fora do red light district. Se a experiência correr bem, poderão vir a ser criadas mais três zonas de prostituição no EUR.

Cristina Lattanzi, uma habitante local que fez campanha a favor do projecto, explicou que a situação actual da prostituição nas ruas era “um pesadelo insuportável”.

“O EUR já é, de facto, o red light district da cidade, com prostituição em mais de 20 ruas dia e noite”, disse Lattanzi ao jornal La Repubblica. “Há as ruas dos travestis, as ruas das raparigas mais novas, as ruas da prostituição masculina. Nós, os habitantes, precisamos de um pouco de paz.”

As objecções ao projecto vieram da oposição de centro direita presente no conselho municipal de Roma, de figuras da Igreja Católica e mesmo de alguns responsáveis do Partido Democrata (PD) ao qual pertence o presidente da autarquia, Ignazio Marino.

“Espero que seja apenas uma ideia parva lançada para chamar a atenção do problema”, comentou Gianluca Santilli, conselheiro municipal do PD, que critica a criação de guetos para a prostituição.

“A prostituição implica sempre a exploração de seres humanos: tentar regularizá-la e tolerá-la é, portanto, um erro”, disse por seu lado Enrico Feroci, director para Roma da associação católica Caritas.

Itália conta com 70 mil a 100 mil trabalhadores do sexo, sendo metade de nacionalidade italiana. Dois terços trabalham nas ruas, refere a AFP.

A lei não proíbe a prostituição mas recrutar, fazer trabalhar e gerir uma casa de prostituição são actividades consideradas ilegais.