Presidente da comissão de inquérito ao BES advertiu Moreira Rato sobre respostas omissas

Ex-presidente do IGCP assumiu que a sua entrada no BES foi abordada pelo governador do Banco de Portugal e o Crédit Agricole.

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Prestação de Moreira Rato desagrada a deputados. Enric Vives-Rubio

"A omissão a uma resposta pode configurar a prática de um crime de desobediência", disse Negrão a Moreira Rato, quando este respondia a perguntas da deputada do PS Ana Paula Vitorino, embora sendo evasivo.

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"A omissão a uma resposta pode configurar a prática de um crime de desobediência", disse Negrão a Moreira Rato, quando este respondia a perguntas da deputada do PS Ana Paula Vitorino, embora sendo evasivo.

O ex-administrador estava a ser questionado sobre as abordagens que teve para integrar o BES, insistindo que foi convidado por Vítor Bento mas com Ana Paula Vitorino a querer saber se houve outro tipo de contactos.

Após o alerta do presidente da comissão, que pediu respostas "assertivas" a Moreira Rato, o ex-presidente do IGCP acabaria por revelar que o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e o Crédit Agricole, accionista francês do BES, terão abordado a sua entrada na administração do banco.

Moreira Rato está a ser ouvido desde cerca das 16:20 no parlamento, mas a sua audição não está a agradar a diversos parlamentares, com a bancada do PS a ser particularmente dinâmica.

"Não está a responder a praticamente nada e está a dizer menos do que as actas. Isso não leva ao esclarecimento", vincou Ana Paula Vitorino.

A comissão de inquérito arrancou a 17 de Novembro passado e tem um prazo total de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.

Os trabalhos dos parlamentares têm por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".