Palestiniano ataca passageiros de autocarro em Telavive

Netanyahu diz que a Autoridade Palestiniana está a incentivar uma campanha contra o Estado hebraico.

Foto
Três pessoas ficaram com ferimento sgraves no ataque ao autocarro 40 AFP

O ataque ocorreu às 7h15 da manhã. A carreira 40 seguia pela Avenida Menachem Begin, uma das mais movimentadas da cidade na hora de ponta, quando o homem esfaqueou o motorista. Apesar de ferido, este reagiu com um spray de gás pimenta.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O ataque ocorreu às 7h15 da manhã. A carreira 40 seguia pela Avenida Menachem Begin, uma das mais movimentadas da cidade na hora de ponta, quando o homem esfaqueou o motorista. Apesar de ferido, este reagiu com um spray de gás pimenta.

Apercebendo-se do que se passava, os passageiros precipitaram-se para a porta do autocarro, junto da qual estava o atacante, o que fez aumentar o número de feridos, disse a porta-voz da polícia israelita, Luba Samri, classificando o ataque de "terrorista".

O atacante foi identificado: é um palestiniano de Tulkarem, na Cisjordânia ocupada, que vivia ilegalmente em Israel, disse Samri. Foi travado por um polícia de uma prisão que seguia no seu automóvel atrás do autocarro e se apercebeu do que se passava.

"Íamos num carro que seguia atrás do autocarro quando, de repente, vimos as pessoas a sair e a gritar histericamente. Não sabíamos o que se passava, mas tivemos medo de que nos viessem atacar a seguir. Depois chegaram as ambulâncias e levaram toda a gente dali", disse uma testemunha ao site noticioso israelita Ynet.

O incidente não foi um acto isolado – este tipo de ataques tem sido frequente nos últimos meses em Israel. Tudo indica, porém, que sejam actos de "lobos solitários", que não obedecem a um comando.

Em Novembro, dois palestinianos de Jerusalém Oriental, armados com um cutelo e uma arma, mataram quatro rabinos e um polícia numa sinagoga de Jerusalém Ocidental. Na cidade ocorreram mais dois ataques letais deste tipo. Nenhum deles foi reivindicado. Esta quarta-feira, contudo, um membro do gabinete político do Hamas, o partido que controla a Faixa de Gaza, considerou o acto "heróico".

"O ataque desta manhã foi um acto arrojado e heróico e uma resposta natural aos crimes de ocupação e terrorismo contra o povo palestiniano", disse Izzat al-Risheq.

O Governo israelita considerou que estes actos fazem parte de uma estratégia palestiniana – que diz ser conduzida por todos, incluindo o presidente da Autoridade Palestiniana, Mamoud Abbas – contra Israel. Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro, comparou mesmo o assalto ao autocarro com o ataque terrorista que matou, em Paris, quatro judeus.

"O ataque terrorista em Telavive é o resultado directo do incitamento venenoso que a Autoridade Palestiniana dissemina contra os judeus e o seu Estado, o mesmo terrorismo está a tentar atacar-nos em Paris, em Bruxelas e em todo o lado", disse Netanyahu.

Abbas pediu às Nações Unidas, com sucesso, a adesão da Palestina ao Tribunal Penal Internacional (TPI), com o objectivo de pedir a abertura de investigações para apurar se foram cometidos crimes de guerra por parte dos israelitas; e pediu, por duas vezes (ambas rejeitadas), ao Conselho de Segurança da ONU que defina um prazo para a retirada israelita dos territórios ocupados.