"O povo é o meu patrão", disse o novo Presidente de Moçambique

Filipe Nyusi prometeu um governo "prático e pragmático" para resolver "problemas e combater despesismo". Dirigindo-se à oposição, pediu unidade.

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Filipe Nyuse pediu "unidade nacional" na sua tomada de posse Sérgio Costa/AFP

"Assumo as minhas funções como Presidente de todos os moçambicanos, disposto e disponível para escutar todos os sectores da opinião pública (...) quero que o nosso Estado e os moçambicanos em geral sejam os verdadeiros donos das nossas riquezas e pontencialidades", disse na cerimónia na Praça da Independência, em Maputo.

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"Assumo as minhas funções como Presidente de todos os moçambicanos, disposto e disponível para escutar todos os sectores da opinião pública (...) quero que o nosso Estado e os moçambicanos em geral sejam os verdadeiros donos das nossas riquezas e pontencialidades", disse na cerimónia na Praça da Independência, em Maputo.

Nyusi — que foi candidato da Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) e derrotou Afonso Dhlakama, líder da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), que não reconhece a vitória do adversário — deu as primeiras pistas sobre a equipa que irá formar; Moçambique é um regime presidencialista. "O Governo que irei criar será prático e pragmático (...) para resolver problemas e combater o despesismo", disse, citado pelo jornal A Verdade. "Ninguém está acima da lei e todos são iguais perante a lei".

Nyusi representa a chegada ao poder da geração que não combateu na guerra colonial. Uma das suas principais tarefas será o diálogo com a Renamo, que ao não aceitar o resultado das eleições presidenciais e legislativas, não ocupou os 89 lugares que ganhou no Parlamento. Dhlakama anunciou mesmo a formação de uma república do Centro e do Norte de Moçambique, dirigida por si e pelo seu partido.

O novo Presidente não se referiu directamente a Dhlakama no discurso da tomada de posse. Mas pediu, mais do que uma vez, a unidade: convidou os moçambicanos e os partidos políticos da oposição para, de forma "responsável", fiscalizem o novo ciclo que com ele se abre. "Vamos, todos juntos, construir um país à medida dos nossos sonhos".

Também mencionou alguns dos problemas mais imediatos do país, como as cheias que mataram 25 pessoas e desalojaram perto de 70 mil pessoas, além de terem destruído infraestruturas (redes de absatecimento eléctrico e estradas). "Não descansarei enquanto Moçambique não tiver vias de acesso transitáveis em todas as épocas do ano". As províncias da Zambézia, Nampula, Cabo Delgado e Niassa estãos às escuras e o novo Chefe de Estado disse que quer "que os moçambicanos vivam num país cada vez mais iluminado".

Nyusi colocou alto a fasquia da sua presidência ao prometer também começar a resolver o problema da alimentação. "A alimentação condigna não deve constituir um previlégio, ela é um direito básico dos moçambicanos".