Novo Parlamento moçambicano abriu sem a Renamo

Principal partido da oposição cumpriu promessa de boicote. Verónica Macamo, da Frelimo, continua a ser a presidente da Assembleia da República.

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As cadeiras destinadas aos deputados da Renamo ficaram vazias ADRIEN BARBIER/AFP

Sem a presença dos eleitos da Renamo, Resistência Nacional Moçambicana, maior partido da oposição, a Assembleia da República eleita a 15 de Outubro iniciou, esta segunda-feira, os trabalhos, com a “investidura” dos novos parlamentares e a eleição da presidente, reconduzida da anterior legislatura: é Verónica Macamo, da Frelimo, Frente de Libertação de Moçambique, no poder.

Tomaram posse 142 dos 144 deputados da Frelimo – dois estiveram ausentes – e os 17 do MDM, Movimento Democrático de Moçambique. As cadeiras dos 89 eleitos pela Renamo ficaram vazias, tal como tinha sido anunciado na semana passada pelo partido, que considera as eleições fraudulentas.

Após as eleições, a principal força da oposição começou por reclamar a formação de um Governo de gestão, rejeitado pela Frelimo. Já depois de anunciar que os deputados eleitos não tomariam posse, o líder, Afonso Dhlakama, anunciou no sábado, num comício, na Beira, a intenção de criar uma república do centro e norte de Moçambique, da qual seria o presidente.

“A Renamo vai formar os governos provinciais nas seis províncias e eu, Afonso Dhlakama, passarei a ser o presidente da república do centro e norte de Moçambique”, declarou. Embora tenha dito que não quer dividir o país, o chefe da antiga guerrilha afirmou que nomeará governadores e administradores nas províncias de Sofala, Tete, Zambézia, Manica, Niassa e Nampula.

Na quinta-feira toma posse o novo Presidente da República, Filipe Nyusi, o candidato da Frelimo, eleito com 57% dos votos contra 36,6%, de Dhlakama, segundo os resultados contestados pela Renamo.

 

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