Governo envia diploma dos suplementos “muito proximamente” para Belém

Secretário de Estado não esclareceu se a tabela única de suplementos avança em 2015.

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Leite Martins, secretário de Estado da Administração Pública. Rui Gaudêncio

“O Governo mantém a sua intenção de aprovar o projecto de decreto-lei relativamente à mecânica dos suplementos. Está a trabalhar no diploma e logo que esteja concluído será de novo enviado ao Presidente da República", garantiu Leite Martins.

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“O Governo mantém a sua intenção de aprovar o projecto de decreto-lei relativamente à mecânica dos suplementos. Está a trabalhar no diploma e logo que esteja concluído será de novo enviado ao Presidente da República", garantiu Leite Martins.

Ficou, contudo, por esclarecer se o Governo vai mesmo avançar com a criação de uma tabela única de suplementos para toda a função pública em 2015. É que o diploma que seguirá para a Presidência da República (que já esteve nas mãos de Cavaco Silva, mas suscitou dúvidas e foi devolvido ao Governo) apenas estabelece as regras a que devem obedecer estas componentes salariais e só passados 90 dias da sua entrada em vigor estarão reunidas as condições para que a tabela seja criada. Os dirigentes dos serviços têm 30 dias para comunicar ao Ministério das Finanças os fundamentos e critérios de atribuição de suplementos pagos aos seus funcionários e depois haverá mais 60 dias para que o Governo decida se eles devem ser mantidos, integrados no salário ou eliminados.

A dirigente do STE, Helena Rodrigues, entende que “não haverá tempo útil, até às eleições, para fazer a revisão de todas as carreiras e a revisão dos suplementos”. E garantiu ter a indicação do Governo de que "tudo isto está parado e, ao que percebemos, deve-se à pressão dos grupos profissionais”.

Nobre dos Santos, dirigente da Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap), saiu do encontro com Leite Martins sem qualquer indicação sobre o recuo do Governo na aplicação da TUS. “Foi-nos dito que estavam a decorrer conversas com a casa civil do Presidente da República e que em breve teríamos uma informação”, disse ao PÚBLICO, admitindo que já resta pouco tempo para que a TUS fique resolvida nesta legislatura.

A mesma posição foi assumida pela Federação Nacional dos Sindicatos em Funções Públicas e Sociais, coordenada por Ana Avoila.

Já em relação à revisão de carreiras, que está pendente desde 2008, Nobre dos Santos saiu com a certeza de que não há um calendário e que a criação de uma nova carreira para integrar 234 técnicos das finanças “foi uma decisão política” e “pontual”, que não terá reflexo noutras áreas.

Sobre a tabela remuneratória única, Leite Martins garantiu o que estava previsto era a integração de carreiras não revistas nessa tabela. "A tabela existe, foi feito um diploma publicado há alguns meses relativamente à transição de um conjunto de carreiras para essa tabela e esse processo está concluído", insistiu.

A mesma lei previa a revisão da amplitude salarial da tabela e dos salários dos dirigentes até ao final de 2014, mas o secretário de Estado já tinha dito ao Jornal de Negócios que o prazo não seria cumprido.