Vive la France!

"Je suis Charlie, juif, policier" diziam os cartazes. No tecto do edifício da redacção do Charlie Hebdo dois polícias armados saudavam os manifestantes que gritavam "Merci, monsieur le policier". Não se podia ver as caras dos polícias mas sentia-se, pela linguagem corporal deles, que não é vulgar as multidões parisienses fazerem questão de agradecer à polícia. Também não é todos os dias que se vê um jornalista do Charlie Hebdo (Patrick Pelloux) abraçar demoradamente um Président de la République française (François Hollande).

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"Je suis Charlie, juif, policier" diziam os cartazes. No tecto do edifício da redacção do Charlie Hebdo dois polícias armados saudavam os manifestantes que gritavam "Merci, monsieur le policier". Não se podia ver as caras dos polícias mas sentia-se, pela linguagem corporal deles, que não é vulgar as multidões parisienses fazerem questão de agradecer à polícia. Também não é todos os dias que se vê um jornalista do Charlie Hebdo (Patrick Pelloux) abraçar demoradamente um Président de la République française (François Hollande).

A laicidade é a primeira força da república francesa. Tanto faz ser-se muçulmano, judeu, ateu, católico, budista, agnóstico: não interessa. Cada cidadão tem os mesmíssimos direitos. Ao Estado compete, sobretudo, defender vigorosamente esses  direitos.

É o reconhecimento dessa extraordinária força comum que junta tantas pessoas: cada um delas tem os mesmos direitos e a mesma liberdade de exprimi-los. O que foi comovente foi a maneira como não foi necessário esquecer as diferenças políticas. As diferenças precisam dessa mesma liberdade para se exprimirem. Não há paradoxo nem festa. Em França a liberdade é um facto. É um tesouro público que o povo exige, agradece e defende. Com orgulho.