A história do cinema segundo Pedro Costa

Escolhas do cineasta de Cavalo Dinheiro para acompanhar o ciclo dedicado à sua obra: setenta e três filmes distribuídos por 51 sessões, em 19 dias...

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É claro que, no caso de Pedro Costa, não se aplica o critério do desconhecimento. “Quisemos começar com um nome muito forte do cinema actual, não só em Portugal como a nível mundial”, justifica o director da Cinemateca, realçando “a força ímpar” da obra do realizador de Cavalo Dinheiro. “Esta vai ser uma viagem intensíssima, com uma programa denso, que corta a direito pelas épocas, pelos géneros, pelas categorias tradicionais do cinema, e sem concessão à facilidade”, acrescenta, referindo-se à escolha de Costa, que atingiu uma dimensão que certamente não vai repetir-se nos ciclos que virão a seguir – em princípio, com uma periodicidade de dois em dois meses.

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É claro que, no caso de Pedro Costa, não se aplica o critério do desconhecimento. “Quisemos começar com um nome muito forte do cinema actual, não só em Portugal como a nível mundial”, justifica o director da Cinemateca, realçando “a força ímpar” da obra do realizador de Cavalo Dinheiro. “Esta vai ser uma viagem intensíssima, com uma programa denso, que corta a direito pelas épocas, pelos géneros, pelas categorias tradicionais do cinema, e sem concessão à facilidade”, acrescenta, referindo-se à escolha de Costa, que atingiu uma dimensão que certamente não vai repetir-se nos ciclos que virão a seguir – em princípio, com uma periodicidade de dois em dois meses.

De facto, olhando para o programa que começa já na segunda-feira com dois nomes do cinema soviético – Entusiasmo: Sinfonia do Don (1930), de Dziga Vertov, e a curta-metragem As Estações (1972), de Artavazd Pelechian –, vemos nele uma extensa viagem pela história da Sétima Arte. Há Chaplin e Lang, Lubitsch e Dreyer, Renoir e Stroheim, Ozu e Hitchcock… Mas também Franju e Tati, Bresson e Godard, Akerman e Rouch. E, naturalmente, Jean-Marie Straub-Danièle Huillet, com quem a câmara de Costa estabeleceu uma assumida cumplicidade.

Por entre os clássicos, haverá outros nomes – autores, mas principalmente filmes – que Costa dará a descobrir e/ou a rever sob um novo olhar. Veja-se a pouco óbvia escolha que fez da filmografia de Chaplin, com a curta Charlot Boémio (1917), o documentário Unknown Chaplin (1983), de Kevin Brownlow e David Gill, e, acima de tudo, o mal-amado A Condessa de Hong Kong (1967)…

Do cinema português, há apenas Paulo Rocha, numa sessão dupla com A Ilha dos Amores (1982) e A Ilha de Moraes (1984), acrescentados do registo áudio de uma entrevista-conversa entre os dois realizadores sobre o primeiro filme.

Todos estes títulos serão cruzados no programa com a obra de Costa, desde O Sangue (1989), sua primeira longa-metragem, até Cavalo Dinheiro, que encerra o ciclo a 31 de Janeiro, depois de um encontro do realizador com artistas com quem se tem cruzado, como João Queiroz, Paulo Nozolino, Rui Chafes e José Neves.

A seguir a Pedro Costa, em Março, a Cinemateca vai dar a conhecer a obra do francês Nicolas Rey (n. 1968), que trabalha ainda em suportes históricos, como o Super8 ou o 16mm, e é autor, por exemplo, de Les Soviets Plus l'Électricité (2002).