“Vítima das circunstâncias”, motorista de Sócrates quer sair da cadeia antes do Natal

Advogado de João Perna invoca várias nulidades e diz que o seu cliente está disponível para novo interrogatório.

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João Perna era o motorista de José Sócrates Eric Vidal/Reuters

Ricardo Candeias entende que quando o seu cliente foi detido, no mês passado, já se tinha esgotado o prazo legal de 14 meses para a investigação continuar em segredo de justiça, razão pela qual todos os actos praticados pelas autoridades judiciais neste caso desde Outubro “são nulos”, incluindo interrogatórios, buscas e prisões preventivas.

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Ricardo Candeias entende que quando o seu cliente foi detido, no mês passado, já se tinha esgotado o prazo legal de 14 meses para a investigação continuar em segredo de justiça, razão pela qual todos os actos praticados pelas autoridades judiciais neste caso desde Outubro “são nulos”, incluindo interrogatórios, buscas e prisões preventivas.

O tribunal tem agora dez dias para decidir se dá ou não razão aos argumentos do advogado do motorista, que recorreu igualmente da sua prisão para o Tribunal da Relação de Lisboa. “João Perna é vítima das circunstâncias”, diz o seu defensor, numa referência à notoriedade do patrão do motorista: “Não lhe teria sida aplicada prisão preventiva se os arguidos não fossem quem são.”

Depois de se ter mostrado indisponível, quando foi detido, para esclarecer muitos dos aspectos relacionados com o alegado transporte de malas com dinheiro entre Lisboa e Paris, o motorista – que foi indiciado por fraude fiscal, branqueamento de capitais e posse ilegal de arma - vem agora, neste mesmo requerimento, garantir estar disposto a ser submetido a novo interrogatório.

A favor da libertação imediata do seu cliente, Ricardo Candeias garante haver ainda “novos factos”, ocorridos já depois da sua detenção, que vêm alterar os pressupostos da prisão: o perigo de fuga e de perturbação das investigações. Que factos são esses, não diz. Caso não seja possível a libertação imediata, o motorista pede para ser colocado em prisão domiciliária.