Greve no metro de Lisboa encerra estações

Sindicatos dizem que a adesão ronda os 100%. Paralisação prolonga-se até à 1h00 de dia 18 de Dezembro, mas na próxima segunda-feira os trabalhadores voltam a parar.

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Paralisação não é a última deste ano: comboios voltam a parar na segunda-feira Pedro Cunha/Arquivo

"A parte operacional da empresa na qual incide esta luta está a correr muito bem, estamos com um índice de adesão a rondar os 100%. Os trabalhadores estão a corresponder porque era sua manifesta vontade lutar contra estas questões de atropelo às condições de vida e trabalho", disse à Lusa a dirigente sindical. Anabela Carvalheira afirmou ainda que não foi feito qualquer contacto por parte da administração da empresa, "mantendo-se o silêncio, de um lado e a luta de outro".

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"A parte operacional da empresa na qual incide esta luta está a correr muito bem, estamos com um índice de adesão a rondar os 100%. Os trabalhadores estão a corresponder porque era sua manifesta vontade lutar contra estas questões de atropelo às condições de vida e trabalho", disse à Lusa a dirigente sindical. Anabela Carvalheira afirmou ainda que não foi feito qualquer contacto por parte da administração da empresa, "mantendo-se o silêncio, de um lado e a luta de outro".

O Metro de Lisboa está encerrado desde as 23h15 de terça-feira e a empresa prevê a suspensão do serviço de transporte até à 1h00 de quinta-feira. A circulação será retomada a partir das 6h30 de dia 18 de Dezembro. Nesta quarta-feira, até às 21h, será reforçado o número de autocarros da Carris das carreiras 726 (Sapadores-Pontinha), 736 (Cais do Sodré-Odivelas), 744 (Marquês de Pombal-Moscavide) e 746 (Marquês de Pombal-Estação da Damaia), sem afectar o planeamento do serviço normal da transportadora.

A greve foi convocada por várias organizações sindicais que representam os trabalhadores do Metro, nomeadamente a Fectrans, e foca-se sobretudo nos problemas do sector da exploração operacional do Metro, que inclui os maquinistas. Ao início da noite, uma dezena de trabalhadores concentraram-se na central de comando do Metropolitano de Lisboa, marcando o arranque da paralisação. Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, deslocou-se ao local para apoiar o protesto e disse que a greve “tem uma relação muito directa com a exigência da contratação de mais pessoal para a área da tracção e do movimento". Além disso, "os trabalhadores estão a ser sistematicamente pressionados com alterações de horários", continuou, citado pela Lusa. Arménio Carlos lembrou ainda que esta é uma paralisação em protesto "contra a privatização" de uma empresa que para os trabalhadores deve continuar a ser pública e "ao serviço da população".

Já o conselho de administração do Metro reitera em comunicado, “o seu empenho na prossecução das medidas necessárias que garantam a sustentabilidade e a qualidade do serviço" prestado diariamente aos seus cerca de 500 mil clientes.

A Fectrans considera que os trabalhadores da exploração operacional estão "agora - mais do que nunca - confrontados com a prepotência da sua direcção", não tendo chegado a acordo sobre temas como horários, folgas, férias e horas extraordinárias. "Estes senhores não têm qualquer tipo de escrúpulos para tentar atingir os seus objectivos e tentam fazer 'tabua rasa' do Acordo de Empresa, dos protocolos e regulamentos que se aplicam nas áreas sobre sua jurisdição, ensaiando – como se de cobaias se tratassem – diversos modelos, diversos horários, diversas ameaças, e diversos “castigos” a aplicar aos trabalhadores", denuncia a estrutura sindical, num comunicado divulgado no seu site.

A greve desta quarta-feira não será, porém, a última deste ano. A paralisação repete-se na próxima segunda-feira, "em defesa do serviço público da empresa" e pela "resolução dos diversos problemas socio-laborais existentes".

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