Ricciardi ao PÚBLICO: "Estou farto de gente desprovida de carácter que não sabe assumir as suas responsabilidades"

Presidente do BESI vai nesta sexta-feira desmentir não só Amílcar Morais Pires, que o acusou de ter muito poder na gestão do BES e do GES, mas também o que disse Ricardo Salgado perante a comissão de inquérito.

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José Maria Ricciardi durante a sua audição no Parlamento Miguel Manso

Em declarações ao PÚBLICO, em jeito de desabafo, José Maria Ricciardi disse estar "farto de gente desprovida de carácter que não sabe assumir as suas próprias responsabilidades". O presidente do BESI, que na última terça-feira foi ouvido no Parlamento, na mesma comissão, revelou que irá “desmentir" as declarações dos seus dois ex-colegas de administração, Ricardo Salgado e Morais Pires, neste caso em tudo o que este disse e não apenas no que se refere às referências directas à sua pessoa.

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Em declarações ao PÚBLICO, em jeito de desabafo, José Maria Ricciardi disse estar "farto de gente desprovida de carácter que não sabe assumir as suas próprias responsabilidades". O presidente do BESI, que na última terça-feira foi ouvido no Parlamento, na mesma comissão, revelou que irá “desmentir" as declarações dos seus dois ex-colegas de administração, Ricardo Salgado e Morais Pires, neste caso em tudo o que este disse e não apenas no que se refere às referências directas à sua pessoa.

O ex-CFO (chief financial officer ou director financeiro) do Banco Espírito Santo declarou já na noite desta quinta-feira, ao longo da sua audição, que havia "pessoas muito importantes a trabalhar no banco" e que uma delas era o "dr. José Maria Ricciardi". E deu como exemplo desse poder o facto de Ricciardi o ter impedido de "racionalizar as estruturas dos mercados maduros", como os EUA.

"Só uma pessoa com poder pode bloquear", como José Maria Ricciardi, afirmou Morais Pires, para depois acrescentar: "Se [eu] fosse braço-direito [de Salgado], nunca seria travado numa simples medida de internacionalização." Ricciardi tinha o pelouro do departamento do risco global e "não é justo dizer que o seu nome constava só do papel”, disse ainda.