Maioria chumbou propostas do PS no IRS por “puro radicalismo ideológico”, acusa Costa

Líder do PS justifica falta de entendimento entre socialistas e a maioria na reforma do IRS.

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Costa deixa o aviso: “Este não é o caminho para o futuro” Ricardo Castelo/NFACTOS

O líder do PS, que falava aos jornalistas no final da conferência da Aliança Progressista que junta em Lisboa representantes dos partidos socialistas dos cinco continentes, considerou que este ano “perderam-se boas oportunidades de assegurar estabilidade nas reformas fiscais”. Mas salientou que foi o Governo quem não cumpriu compromissos assumidos no ano passado, como o de olhar para o bolo fiscal como um todo, articulando descidas do IRC, IVA e IRS.

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O líder do PS, que falava aos jornalistas no final da conferência da Aliança Progressista que junta em Lisboa representantes dos partidos socialistas dos cinco continentes, considerou que este ano “perderam-se boas oportunidades de assegurar estabilidade nas reformas fiscais”. Mas salientou que foi o Governo quem não cumpriu compromissos assumidos no ano passado, como o de olhar para o bolo fiscal como um todo, articulando descidas do IRC, IVA e IRS.

O socialista lamentou a falta de entendimento, porque “os agentes económicos e as famílias precisam de estabilidade fiscal”. E, para que ela exista, é preciso um esforço de compromisso.

Costa queixou-se que a maioria teve uma “política de oposição total” às propostas do PS. Por exemplo, não aceitou a cláusula de salvaguarda do IMI que os socialistas consideram “essencial” para contornar a “angústia” de muitas famílias por não saberem qual será o aumento do seu IMI em 2015.

A que se soma a “total insensibilidade” para com as propostas para apoio às crianças, que os socialistas querem que tenham em conta não só os rendimentos dos pais como o facto de pertencerem ou não a famílias monoparentais.

Costa aponta o “radicalismo ideológico deste Governo”, que “trata pior uma criança de uma família que tem os pais divorciados do que uma criança que tem a sorte de os pais viverem juntos”. E diz que o Executivo “quer impor um modelo único de família”. “Isto não é economia, isto não é justiça fiscal, é puro radicalismo ideológico.”

“Foi este radicalismo, esta incapacidade de diálogo, que impediu que houvesse acordo”, justificou António Costa. Defendeu que Portugal precisa de compromissos políticos, reclamando um “grande acordo de concertação que dê estabilidade a um triângulo fundamental: a política de rendimentos, a melhoria da produtividade e a estabilidade fiscal”. Para já, no campo fiscal, os compromissos continuam sem existir.