Fenprof acusa Ministério da Educação de promover rankings injustos

Estrutura sindical reconhece que numa sociedade democrática, os cidadãos têm direito a conhecer o funcionamento da educação, "mas isso só é possível se for disponibilizada informação sobre todo o trabalho" das escolas.

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A Finlândia quer descobrir como se consegue aumentar a motivação dos alunos ENRIC VIVES-RUBIO

“A formação integral dos alunos passa pela aprendizagem de conteúdos, mas também pela aquisição de competências e pelo desenvolvimento de capacidades e comportamentos que não são avaliáveis em testes de papel e lápis e cujos efeitos só são muitas vezes visíveis anos mais tarde”, acrescenta a estrutura sindical.

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“A formação integral dos alunos passa pela aprendizagem de conteúdos, mas também pela aquisição de competências e pelo desenvolvimento de capacidades e comportamentos que não são avaliáveis em testes de papel e lápis e cujos efeitos só são muitas vezes visíveis anos mais tarde”, acrescenta a estrutura sindical.

A federação acusa o Ministério da Educação e Ciência (MEC) — que anualmente divulga um conjunto de dados que permitem aos meios de comunicação social divulgar os resultados das escolas — de ter uma “visão estreita de educação”.

Diz que para o ministério de Nuno Crato “apenas importam os conhecimentos e capacidades mensuráveis através de metas curriculares, provas nacionais e exames, daí que, embora não sendo quem actualmente elabora o ranking, é, na verdade, quem o promove”.

Os rankings, “apresentados como pretendendo tornar pública informação credível sobre o funcionamento das escolas”, acabam por confundi-la, defende ainda a Fenprof. “Os rankings, ao contrário do que se quer fazer crer, não estão ao serviço da melhoria da qualidade das escolas mas sim da elitização do sistema educativo e da introdução de uma lógica de mercado na educação, objectivo que é perseguido pelo actual Governo.”

Desde 2012 o ministério divulga, juntamente com os resultados dos alunos de cada escola, um conjunto de dados de contexto, como as habilitações das famílias dos alunos, o peso dos alunos com acção social escolar e a percentagem de professores do quadro em cada agrupamento escolar. Cada meio de comunicação social utiliza diferentes critérios e variáveis na elaboração dos rankings.

A Fenprof considera que, “numa sociedade democrática, os cidadãos têm direito a conhecer o funcionamento de um serviço público como é o da educação, mas isso só é possível se for disponibilizada informação sobre todo o trabalho que se faz na escola e não apenas numa vertente que é disponibilizada pelo MEC à comunicação social, com as limitações que ao ministério interessa”, acrescenta o comunicado.