Apesar dos três casos de polícia em 15 dias, “instituições democráticas estão a funcionar”, diz Cavaco
Presidente da República admite que a situação é de “alguma dificuldade”, mas desvaloriza os efeitos que os escândalos possam ter na imagem do país. Argumenta que na visita que está a fazer aos Emirados ninguém o questionou sobre o assunto.
Praticamente no final da sua visita aos Emirados Árabes Unidos, Cavaco Silva admitiu, depois de questionado pelos jornalistas sobre como tem visto os sucessivos escândalos que têm envolvido a classe política, a elite financeira e altos quadros da administração pública, que a “situação [é] de alguma dificuldade”. Mas disse sentir “satisfação” por não ter encontrado “nenhum sinal de menor consideração e de menor imagem” de Portugal durante esta visita aos Emirados Árabes Unidos, que termina na sexta-feira de madrugada.
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Praticamente no final da sua visita aos Emirados Árabes Unidos, Cavaco Silva admitiu, depois de questionado pelos jornalistas sobre como tem visto os sucessivos escândalos que têm envolvido a classe política, a elite financeira e altos quadros da administração pública, que a “situação [é] de alguma dificuldade”. Mas disse sentir “satisfação” por não ter encontrado “nenhum sinal de menor consideração e de menor imagem” de Portugal durante esta visita aos Emirados Árabes Unidos, que termina na sexta-feira de madrugada.
“Não se falou uma única vez dos casos e no almoço e no pequeno-almoço, o microfone circulou por todos. Várias vezes o nosso vice-primeiro-ministro perguntava: 'Mas não querem colocar mais alguma questão?'”, descreveu Cavaco Silva, referindo-se aos sucessivos contactos com autoridades, empresários e altos responsáveis de fundos de investimento árabes.
“Nunca foi colocada uma questão que estivesse relacionada com a credibilidade e a imagem de Portugal no exterior”, garantiu o chefe de Estado. Os outros países olham para Portugal “como um país onde as instituições democráticas estão a funcionar com normalidade”, afirmou. “Acontecem casos em todos os países e nós temos de mostrar ao mundo que Portugal é uma democracia com instituições democráticas sólidas e onde são respeitadas as competências de cada um desses órgãos.”
Uma sucessiva referência à boa saúde das instituições que pode ser lida como uma resposta a comentários que os anteriores chefes de Estado têm feito sobre o assunto. Mário Soares foi o mais crítico e na terça-feira considerou o episódio da detenção do ex-primeiro-ministro uma “bandalheira”, ao passo que Jorge Sampaio foi bem mais contido e afirmou esta quinta-feira estar “muito apreensivo com o que se passa em Portugal”.