Cavaco diz que Timor-Leste teve uma reacção “desproporcionada” no caso dos magistrados

Chefe de Estado atribuiu polémica à "falta de experiência diplomática", mas avisa que para além da cooperação judiciária não se deve cortar mais nenhuma relação com Timor-Leste, até porque o país preside à CPLP.

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Cavaco Silva esteve esta segunda-feira em Borba e Estremoz Daniel Rocha

“Aquilo que aconteceu foi uma reacção desproporcionada das autoridades timorenses e eu lamento profundamente que se tenha posto em causa a competência dos magistrados portugueses”, respondeu o chefe de Estado quando questionado pelos jornalistas em Estremoz. Cavaco Silva disse que tem sido constantemente informado pelo Governo.

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“Aquilo que aconteceu foi uma reacção desproporcionada das autoridades timorenses e eu lamento profundamente que se tenha posto em causa a competência dos magistrados portugueses”, respondeu o chefe de Estado quando questionado pelos jornalistas em Estremoz. Cavaco Silva disse que tem sido constantemente informado pelo Governo.

O Presidente disse que, tendo em conta esta polémica, se compreende que “seja necessário reexaminar” a cooperação judiciária”. Cavaco disse saber que as ministras da Justiça dos dois países têm estado em contacto e que a ministra timorense se disponibilizou para vir a Lisboa “tentar esclarecer alguns mal-entendidos”.

Cavaco Silva, que em Julho deste ano esteve em Timor-Leste no âmbito da cimeira da CPLP, recordou que é preciso ter em atenção que Portugal tem “uma ligação afectiva muito forte a Timor”, que “lutou muito, como nenhum outro no mundo, para a independência” daquele país”.

“Apesar disto nós devemos continuar a ajudar aquele jovem Estado. Tem apenas 12 anos de existência e não podemos suspender em todos os domínios a nossa cooperação com Timor, até porque ele exerce neste momento a presidência da CPLP”, afirmou ainda o Presidente da República.