Mantém-se? Manter-se-á?

De repente, ontem, no Parlamento, o ministro da Educação e Ciência parecia ter sido atacado por um surto de bom senso. O anúncio de que o seu ministério ia analisar os casos dos professores afectados pelos erros decorrentes dos concursos no âmbito da Bolsa de Contratação de Escola, tendo em vista uma compensação, era uma ideia boa e justa. Afinal, o diabo está nos detalhes… Lidas com atenção, as intenções de Nuno Crato não são mais do que paliativos para iludir incautos. Em vez de analisar vidas desfeitas, famílias divididas, crianças arrastadas para a insegurança de uma colocação incerta, a burocracia ministerial vai debruçar-se sobre o bilhete do autocarro e no mês de casa alugada. E, depois, há aquele pormenor semântico para escamotear acusações de que mentiu ao Parlamento quando prometeu que os professores se manteriam nas escolas e não haveria prejudicados. «Eu disse mantêm-se. Não disse manter-se-ão», tentou explicar Crato. E o ministro mantém-se? Manter-se-á?

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De repente, ontem, no Parlamento, o ministro da Educação e Ciência parecia ter sido atacado por um surto de bom senso. O anúncio de que o seu ministério ia analisar os casos dos professores afectados pelos erros decorrentes dos concursos no âmbito da Bolsa de Contratação de Escola, tendo em vista uma compensação, era uma ideia boa e justa. Afinal, o diabo está nos detalhes… Lidas com atenção, as intenções de Nuno Crato não são mais do que paliativos para iludir incautos. Em vez de analisar vidas desfeitas, famílias divididas, crianças arrastadas para a insegurança de uma colocação incerta, a burocracia ministerial vai debruçar-se sobre o bilhete do autocarro e no mês de casa alugada. E, depois, há aquele pormenor semântico para escamotear acusações de que mentiu ao Parlamento quando prometeu que os professores se manteriam nas escolas e não haveria prejudicados. «Eu disse mantêm-se. Não disse manter-se-ão», tentou explicar Crato. E o ministro mantém-se? Manter-se-á?