Sherlock Holmes quase centenário encontrado na Cinemateca Francesa

Filme americano está a ser restaurado e vai ser mostrado no próximo ano.

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O filme em causa é uma produção do estúdio norte-americano de cinema mudo Essanay, tem por título Sherlock Holmes, foi realizado, em 1916, por Arthur Berthelet, e o protagonista é William Gillette (1853-1937), actor, mas também empresário e dramaturgo, a quem se deve, de resto, a adaptação aos palcos americanos (e a interpretação) da personagem criada por Conan Doyle.

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O filme em causa é uma produção do estúdio norte-americano de cinema mudo Essanay, tem por título Sherlock Holmes, foi realizado, em 1916, por Arthur Berthelet, e o protagonista é William Gillette (1853-1937), actor, mas também empresário e dramaturgo, a quem se deve, de resto, a adaptação aos palcos americanos (e a interpretação) da personagem criada por Conan Doyle.

A figura de William Gillette a personificar este detective especial e hiper-observador, nomeadamente com o seu cachimbo curvo, o boné de caçador e a bengala, era bem conhecida a partir dos retratos da imprensa e dos programas teatrais do início do século. O que se considerava perdida era a versão da criação do mediático actor para o grande ecrã.

Afinal coube agora à Cinemateca Francesa, esse depósito dos grandes tesouros da história do cinematógrafo, reencontrar o filme. Em comunicado, a Cinemateca de Paris diz que o encontrou completo, num negativo em suporte de nitrato, e na sua versão… francesa. Além dos entretítulos nesta língua, o que indica tratar-se da versão destinada à exploração comercial neste país, a cópia contém anotações de coloração, uma prática que então era habitual. Mas a Cinemateca Francesa diz que “esta última particularidade não deixa de ser surpreendente, já que os filmes da Essanay só raramente eram distribuídos comercialmente a cores no território americano”.

A cópia de nitrato está já a ser tratada, restaurada e copiada para uma versão digital pela instituição francesa e pelo departamento de restauro do Festival de Cinema Mudo de São Francisco, com quem a Cinemateca de Paris tem uma parceria de colaboração desde há dois anos. 

“É um privilégio fantástico trabalhar com estas bobines de filme que estiveram perdidas durante gerações. O Sherlock Holmes de William Gillette é um dos ‘Santo Graal’ dos filmes perdidos, e o meu primeiro relance sobre o material confirma o magnetismo do actor. Os espectadores vão ficar impressionados quando virem esta primeira verdadeira aparição do Sherlock Holmes no ecrã”, disse à revista Variety Robert Byrne, director do Festival de São Francisco.

A (re)estreia de Sherlock Holmes de Berthelet/Gillette está já anunciada para Paris, no dia 28 de Janeiro, no âmbito do festival Toute La Mémoire du Monde, e depois, em Maio, nos Estados Unidos, no Festival de Cinema Mudo de São Francisco.