Nova liderança socialista avisa que "não há novos nem velhos PS"

Ana Catarina Mendes pede a palavra no Parlamento para avisar que "só há um PS e forte".

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Depois de lembrar o nível de participação nas primárias, Catarina Mendes prometeu “uma oposição clara a qualquer medida que assente nos pressupostos liberais e austeritários deste Governo”.

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Depois de lembrar o nível de participação nas primárias, Catarina Mendes prometeu “uma oposição clara a qualquer medida que assente nos pressupostos liberais e austeritários deste Governo”.

O PSD, embora pelo meio tivesse dito que o que interessava era saber da disponibilidade do PS para o consenso, reagiu com os habituais ataques. “Mais do mesmo”, acusou Hugo Soares, numa referência ao passado da governação socialista.

O PSD, aliás, nem sequer quis esperar pela intervenção de Catarina Mendes para começar com as farpas políticas. “De toda a campanha [para as primárias] sobra um vazio de ideias. Estranha forma de fazer política. António Costa passou por entre os pingos da chuva. Mas isso acabou”, dissera minutos antes o vice-presidente do PSD, José Matos Correia.

O social-democrata quis saber o que quer fazer o PS de António Costa “em matéria de crescimento”, “de União Europeia”, e “de tratados orçamentais”, “se são para respeitar ou não”. E exigiu respostas às perguntas que deixou no plenário, sob pena de concluir que “ou não tem ideias nem propostas, o que seria muito grave, ou ideias e propostas e tem medo de as apresentar, e isso seria ainda mais grave”.

Depois de criticar a postura não colaborante do PS nos últimos anos, o dirigente do PSD deixou uma interrogação: “Com que PS podemos contar a partir da agora? Um PS, no que toca a atitude, que permanece igual ou disposto a dar contributo para uma agenda reformista?”

O CDS foi mais comedido. Além de ter esperado para ouvir o que tinha o PS a dizer antes de discursar, o centrista Nuno Magalhães preferiu centrar o seu discurso no desafio sobre “aquilo em que o PS pode embarcar”.

Catarina Mendes já tinha dado um sinal de alguma abertura no seu discurso. “Partidos diferentes não podem tentar estar de acordo sobre tudo. Mas têm de saber quais são as plataformas políticas com que concordam ou de que discordam.”

A bancada socialista, na qual houve sempre lugares vazios na primeira fila – a começar pelo de António José Seguro, que nunca foi preenchido –, só se compôs quando Ana Catarina Mendes começou a falar.