O embate com este corpo
Um belíssimo filme tourneuriano sobre a noite que é também o embate com um corpo orgulhoso e de singular fisicalidade.
Pode dar-se agora o embate do espectador com esse corpo que dança com uma perna morta mas que tem de suspender os sonhos da sua Saturday Night Fever para se envolver numa teia de traficantes de petróleo que opera pela noite em N’Djamena, capital da República do Chade – cidade com pouca iluminação pública e que por isso, como contava o realizador em Cannes 2013, transforma as figuras em fantasmas depois do pôr-do-sol.
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Pode dar-se agora o embate do espectador com esse corpo que dança com uma perna morta mas que tem de suspender os sonhos da sua Saturday Night Fever para se envolver numa teia de traficantes de petróleo que opera pela noite em N’Djamena, capital da República do Chade – cidade com pouca iluminação pública e que por isso, como contava o realizador em Cannes 2013, transforma as figuras em fantasmas depois do pôr-do-sol.
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ARTIGO_CINEMA
Essa forma de passar do olhar sobre um corpo, a sua peculiar fisicalidade, para algo tocada pelo film noir, sem contudo deixar de ser um olhar sobre um corpo, é o toque de Grigris: ponto de encontro delicado entre a ficção (também é uma história de amor entre dois acossados) e o documento ou retrato, tão orgulhoso como o corpo de Souleymane Démé, sem pedir desculpas pelas fragilidades. É um belíssimo filme tourneuriano sobre a noite.