Netanyahu avisa habitantes de Gaza para saírem de locais usados pelo Hamas

Conflito ameaça transformar-se numa guerra de desgaste. Bombas e rockets continuam a cair dos dois lados da fronteira

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A aviação israelita destruiu no sábado uma torre de apartamentos de 13 andares Thomas Coex/AFP

O conflito em Gaza – o mais longo e sangrento entre israelitas e palestinianos desde a segunda Intifada – dá sinais de que poderá transformar-se numa longa guerra de desgaste. Prova disso é que, horas depois de o Egipto ter feito um apelo ao reinício das negociações, a aviação israelita lançou um dos seus mais estrondosos ataques contra a Faixa de Gaza desde o início da operação Barreira Protectora, a 8 de Julho.

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O conflito em Gaza – o mais longo e sangrento entre israelitas e palestinianos desde a segunda Intifada – dá sinais de que poderá transformar-se numa longa guerra de desgaste. Prova disso é que, horas depois de o Egipto ter feito um apelo ao reinício das negociações, a aviação israelita lançou um dos seus mais estrondosos ataques contra a Faixa de Gaza desde o início da operação Barreira Protectora, a 8 de Julho.

A torre Al Zafer, de 13 andares, foi atingida primeiro com um projéctil sem explosivos, num sinal para que os residentes abandonassem o local, e minutos depois a aviação atacou o edifício, derrubando-o por completo, descreve a agência Reuters. Pelo menos 17 pessoas ficaram feridas na explosão do prédio, que Israel alega ter sido usado como centro de comando do movimento islamista.

“Aconselho todos os habitantes de Gaza que abandonem de imediato todos os locais que o Hamas usa para as suas actividades terroristas. Todos estes locais são para nós um alvo”, avisou Benjamin Netanyahu, durante um período de declarações públicas da reunião semanal do conselho de ministros.

Afirmações que podem significar que Israel prepara ataques em zonas ainda mais povoadas da Faixa de Gaza, depois da morte, na sexta-feira, de uma criança israelita atingida pelo disparo de um rocket. Em três semanas de bombardeamentos israelitas, mais de 2100 palestinianos morreram e um quase terço dos 1,8 milhões de habitantes do território foram obrigados a fugir para zonas mais distantes da fronteira, e muitos ainda não regressaram.

Na reunião deste domingo, Netanyahu insistiu que a operação militar não tem prazo para terminar e ameaçou o Hamas, que na última semana viu morrer pelo menos três dos seus comandantes, com mais retaliações. “Eles estão a pagar e vão continuar a pagar pelos seus crimes”, avisou, na mesma altura em que os aviões israelitas lançavam novos ataques em Gaza, provocando, segundo fontes locais, pelo menos seis mortos.

Do outro lado, a determinação é idêntica. Dezenas de rockets foram disparados neste domingo contra o Sul de Israel. Um deles caiu numa localidade próxima da fronteira do posto de Erez, na fronteira entre Gaza e Israel, ferindo três pessoas, duas das quais com gravidade, adianta a edição online do jornal Ha’aretz.

Para adensar ainda mais o clima de insegurança, Israel anunciou ter sido atingido no sábado por dois mísseis disparados a partir do Líbano e de vários rockets lançados a partir da Síria contra os montes Golã. Nenhum dos disparos provocou feridos, mas Netanyahu respondeu dizendo que “não haverá impunidade para quem quer que ataque civis israelitas".