António José Seguro promove web fórum sem uma "varinha mágica"

Secretário-geral do PS diz que nenhum candidato a primeiro-ministro pode dizer que a dívida pública não é um problema.

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Rui Gaudêncio

“Do coração do Douro para o mundo”. Foi assim que começou ontem o web fórum promovido por António José Seguro a partir de Baião, distrito do Porto. Durante pouco mais de uma hora, o secretário-geral do PS teve como interlocutores portugueses residentes em várias cidades do mundo e com profissões diversas. Mas avisou que não tem “uma varinha mágica” para resolver os problemas do país.

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“Do coração do Douro para o mundo”. Foi assim que começou ontem o web fórum promovido por António José Seguro a partir de Baião, distrito do Porto. Durante pouco mais de uma hora, o secretário-geral do PS teve como interlocutores portugueses residentes em várias cidades do mundo e com profissões diversas. Mas avisou que não tem “uma varinha mágica” para resolver os problemas do país.

Apesar das dificuldades técnicas evidentes, mediadas pela pivot Helena Coelho, foi possível acompanhar a iniciativa da campanha de Seguro às eleições primárias dos socialistas em directo no youtube ou na página do facebook Seguro 2015.

Emprego, saúde, educação ou ciência foram alguns dos temas abordados por portugueses residentes no estrangeiro, desde Macau ao Brasil. Também participaram cidadãos residentes em Portugal, como foi o caso de Rui Reis, professor e investigador, que elogiou um secretário-geral que “não está sentado em Lisboa”.

A partir do Porto, Rui Reis questionou a estratégia do PS para a ciência. Seguro respondeu que “é um disparate o que este Governo tem destruído”. Na saúde, o socialista defendeu a criação de “núcleos de apoio médico” ao serviço das comunidades que dêem resposta às populações, em particular aos mais velhos, evitando que tenham que se deslocar aos hospitais sem necessidade. Uma escola pública que possibilite que “o filho do rico e o filho do pobre estudem na mesma escola e tenham a mesma qualidade de ensino” foi outra prioridade assumida.

Sobre a emigração de jovens qualificados, Seguro insistiu que a resposta é a criação de emprego. Porém, o candidato às primárias de 28 de Setembro afirmou várias vezes que “não tem uma varinha mágica” para resolver os problemas, reafirmando que as suas prioridades passam pela criação de emprego e de condições para as empresas.

“Nós não temos uma poção mágica para criar emprego de um momento para o outro, mas temos propostas para aumentar o emprego e aumentar as oportunidades de trabalho”, afirmou.

Irrealismo de Costa
A questão da dívida pública tinha, porém, sido abordada na véspera. Antecipando a Convenção organizada este sábado por António Costa, o líder do PS afirmou num encontro com militantes e simpatizantes, na freguesia de Campanhã, no Porto, que “nenhum candidato a primeiro-ministro pode dizer que a dívida pública não é um problema”.

“Isso é de um enorme irrealismo. É não conhecer a realidade de um país. Não digo que as finanças devem determinar a política, agora a política não pode ignorar as finanças públicas”, defendeu Seguro.

Aliás, acrescentou, “um dos erros mais graves” cometido pelo actual Governo foi “decidir que o país devia empobrecer”.