Primeira vala comum descoberta no Leste da Ucrânia

Número de deslocados e refugiados que fugiram dos combates está perto dos 230 mil. Human Rights Watch acusa Kiev de ataques indiscriminados com rockets Grad.

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Retratos dos quatro civis que foram exumados de uma vala comum em Slaviansk MARION THIBAUT/AFP

"Sabemos que outras valas como esta existem na cidade, mas não sabemos onde, e esta é a primeira que abrimos", explicou à AFP Anton Gerachtchenko, conselheiro do ministro ucraniano do Interior, que presidiu a uma cerimónia no local.

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"Sabemos que outras valas como esta existem na cidade, mas não sabemos onde, e esta é a primeira que abrimos", explicou à AFP Anton Gerachtchenko, conselheiro do ministro ucraniano do Interior, que presidiu a uma cerimónia no local.

"Sabemos que aqui estão enterrados quatro paroquianos protestantes, inocentes que foram torturados pelos rebeldes", explicou Gerachtchenko. "No dia 8 de Junho, eles foram raptados à saída da missa de domingo. Os rebeldes capturaram-nos e nunca mais ninguém os viu ou teve notícias deles. Segundo as minhas informações, foram mortos na noite seguinte."

As autoridades de Kiev, que investigam o desaparecimento de habitantes de Slaviansk desde o início de Julho, afirmam que a vala comum poderá também conter os corpos de vários combatentes rebeldes.

Com os combates a decorrem em vários pontos do Leste da Ucrânia, a Human Rights Watch denunciou esta sexta-feira o disparo de rockets Grad não telecomandados por parte das forças ucranianas ou de milícias pró-Kiev que terão morto 16 civis e ferido muitos mais em zonas controladas pelos rebeldes pró-russos na zona de Donetsk.

"Os Grad são armas extremamente imprecisas", disse Ole Solvang, recordando que o recurso a este tipo de armamento em zonas povoadas viola a lei humanitária internacional e as leis da guerra e pode ser considerado um crime de guerra.

O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) divulgou números que reforçam o cenário de guerra civil no Leste da Ucrânia: quase 100 mil pessoas deslocadas para outras regiões do país e 130 mil que optaram por procurar refúgio na Rússia.

O anterior balanço do ACNUR, publicado no dia 27 de Junho, apontava para 54.400 deslocados na Ucrânia e 110 mil refugiados na Rússia. "O número de pessoas deslocadas originárias de Donetsk e de Lugansk aumentou fortemente depois do início de Junho."

No espaço de três meses, o conflito já fez mais de mil mortos, incluindo os 298 passageiros do voo MH17, abatido perto de Donetsk.