Notas do teste de Inglês do 9.º ano não foram divulgadas para todos os alunos

O IAVE confirmou que há problemas pontuais com a divulgação dos resultados do exame. Diz que esses problemas têm “diferentes origens” e estão a ser tratados.

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Mais de 121 mil alunos realizaram, no final de Abril, o teste de diagnóstico concebido pelo Cambridge English Language Assessment Adriano Miranda

Ana Ferreira, mãe de uma aluna do 9.º ano que fez a prova de diagnóstico de Inglês criada pelo Cambridge Institute e coordenada pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), realizada pela primeira vez este ano nas escolas, está há uma semana a tentar obter respostas para a ausência do nome e da nota da sua filha Telma nas pautas de Inglês da turma da jovem, que frequenta a Escola Básica Nuno Gonçalves, em Lisboa.

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Ana Ferreira, mãe de uma aluna do 9.º ano que fez a prova de diagnóstico de Inglês criada pelo Cambridge Institute e coordenada pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE), realizada pela primeira vez este ano nas escolas, está há uma semana a tentar obter respostas para a ausência do nome e da nota da sua filha Telma nas pautas de Inglês da turma da jovem, que frequenta a Escola Básica Nuno Gonçalves, em Lisboa.

Na quinta-feira passada, quando se dirigiu à escola para ver os resultados da filha afixados nas pautas, Ana Ferreira constatou que o nome de Telma não estava na lista e que o mesmo se passava com dois colegas seus. Dirigiu-se à secretaria, mais tarde à direcção da escola e só aí, depois de a equipa directiva ter entrado em contacto com o IAVE, soube que nenhum dos nomes destes três alunos consta da lista de exames feitos, atribuindo responsabilidades ao Cambridge Institute.

Ana Ferreira diz que a escola tem contactado diariamente o IAVE, insistindo na resolução da situação, e que ela própria já ligou, tendo também obtido como resposta que o nome da filha não era encontrado nos registos.

“Andamos há quatro dias a reportar nomes. Perderam os exames? É que é essa a ideia que fica”, afirmou a encarregada de educação à Lusa, acrescentando que no caso da sua filha optou por não pedir o certificado que custava 25 euros.

Contactado pela Lusa, o IAVE confirmou que há problemas com a divulgação dos resultados deste exame, com “diferentes casos, com diferentes origens” a serem tratados individualmente por uma equipa criada para o efeito.

Segundo o IAVE são “casos pontuais e dispersos” e o instituto espera ver a situação resolvida “o mais rápido possível”.
Recusou no entanto esclarecer quantos casos como este estão a ser analisados pela equipa do IAVE e quais as “diferentes origens” na base das falhas na divulgação de resultados, não fazendo qualquer referência ao Cambridge Institute.

A divulgação das notas do exame foi adiada por duas vezes e só a 15 de Julho foram afixadas as pautas nas escolas com os resultados por aluno.

Mais de 121 mil alunos realizaram, no final de Abril, o teste de diagnóstico concebido pelo Cambridge English Language Assessment, organismo que pertence à Universidade de Cambridge.

Este teste era obrigatório para todos os alunos do 9.º ano e opcional para os estudantes com idades compreendidas entre os 11 e os 17 anos.

O Ministério da Educação já anunciou que quer que no próximo ano o teste tenha um grau de dificuldade superior e o IAVE admite estender a sua aplicação a outros anos de escolaridade, como por exemplo um exame no 12.º ano que atribua uma equivalência ao nível do First Certificate a todos os alunos, ou seja, que certifique um nível de fluência e de utilização independente da língua.