Obiang entra na CPLP em Díli

Será o primeiro alargamento da CPLP.

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Teodoro Obiang Nguema lidera o país desde 1979 NATALIA KOLESNIKOVA/AFP

Após os ministros dos Negócios Estrangeiros da CPLP terem recomendado a adesão da Guiné Equatorial em 20 de Fevereiro último em Maputo, o assunto vai receber o beneplácito dos Chefes de Estado. Curiosamente, na cimeira da capital timorense estarão ausentes Dilma Rousseff e José Eduardo dos Santos, os presidentes do Brasil e Angola, e os dois principais avalistas da candidatura da Guiné Equatorial.

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Após os ministros dos Negócios Estrangeiros da CPLP terem recomendado a adesão da Guiné Equatorial em 20 de Fevereiro último em Maputo, o assunto vai receber o beneplácito dos Chefes de Estado. Curiosamente, na cimeira da capital timorense estarão ausentes Dilma Rousseff e José Eduardo dos Santos, os presidentes do Brasil e Angola, e os dois principais avalistas da candidatura da Guiné Equatorial.

Depois de há uma década Teodoro Obiang ter estado presente no conclave de 2004 a convite do Presidente de São Tomé, Fradique de Menezes, e de em 2006 ter conseguido o estatuto de observador associado para o seu país, o regime de Malabo adere à organização internacional da lusofonia. Mediante o cumprimento de um roteiro estabelecido em 2010, com destaque para uma moratória à pena de morte e a introdução do português como terceira língua, a par do espanhol e do francês.

Apesar das resistências portuguesas, foi alcançado o consenso entre os oito países membros da CPLP. No entanto, as opiniões públicas de alguns dos Estados-membros não confiam no caminho da normalização democrática que Obiang diz trilhar. Como prova, a carta aberta (ver PÚBLICO de 23 de Junho) que condena a adesão da Guiné Equatorial, subscrita por diversas personalidades, com destaque para brasileiros e portugueses. Entre os quais, Chico Buarque, Ivan Lins, Manuel Alegre, Ana Gomes, Francisco Sarsfeeld Cabral, Manuel Carvalho da Silva ou Marina Costa Lobo.

A entrada na CPLP do país de Teodoro Obiang marca para alguns observadores uma mudança na organização. Na qual, a língua portuguesa como vector identitário passa a papel secundário face à dinâmica das relações económicas de Estados que, à excepção de Portugal e Cabo Verde, têm em comum reservas de hidrocarbonetos.