Mais 41 palestinianos mortos durante a ofensiva israelita em Gaza

Em 12 dias de conflito, o número de vítimas do lado palestiniano já ultrapassou as 300.

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Tanques israelitas a caminho da Faixa de Gaza Menahem Kahana / AFP

Num primeiro ataque das Forças de Defesa Israelitas (IDF) foram mortas sete pessoas à saída de uma mesquita em Khan Younis, no sul do território. Outros raides em Beit Hanoun, no norte, e Deir al-Balah, no centro, provocaram mais quatro vítimas.

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Num primeiro ataque das Forças de Defesa Israelitas (IDF) foram mortas sete pessoas à saída de uma mesquita em Khan Younis, no sul do território. Outros raides em Beit Hanoun, no norte, e Deir al-Balah, no centro, provocaram mais quatro vítimas.

As IDF iniciaram uma ofensiva terrestre em larga escala no território governado pelo Hamas na quinta-feira à noite. Logo no primeiro dia foram mortos 58 palestinianos, incluindo famílias inteiras, e um soldado israelita (morto por "fogo amigo", num disparo acidental de outro elemento do Exército). Nos 38 mortos do segundo dia da ofensiva terrestre há cinco membros de uma família, incluindo duas meninas de dois e seis anos, em Beit Hanoun.

Já este sábado, um rockets matou um beduíno em Israel - a segunda vítima israelita dos disparos vindos da Faixa (na terça-feira, morrera já um civil).

Os civis representam mais de 80% das vítimas dos ataques israelitas, de acordo com os números do Centro Palestiniano para os Direitos do Homem, com sede em Gaza (cerca de 77%, segundo a ONU, que acrescenta que um quinto são crianças).

Desde o início de 2009 que as forças israelitas não entravam na Faixa de Gaza. Essa operação estendeu-se durante três semanas e fez 1400 mortos entre os palestinianos e 13 entre os israelitas.

A passagem à intervenção directa em Gaza foi justificada pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, pela recusa do Hamas em aceitar um cessar-fogo durante as conversações mantidas no Cairo. “Escolhemos começar esta operação depois de termos esgotado todas as outras possibilidades”, disse Netanyahu.

O Hamas recusou desde sempre a negociação egípcia, apelando a uma mediação turca ou qatari - o actual regime do Cairo, liderado pelo ex-chefe militar Abdel Fattah al-Sissi, derrubou do poder Mohamed Morsi, político da Irmandade Muçulmana que tinha sido eleito democraticamente. Quando Morsi foi deposto e preso, Sissi acusou-o de ter conspirado com o Hamas e com os rebeldes sírios para atentar contra a segurança nacional egípcia.

O objectivo da ofensiva terrestre não é o derrube do Hamas no controlo da região habitada por 1,8 milhões de pessoas, afirma o Governo de Israel, mas sim a neutralização dos túneis que ligam o território a Israel. É por essa via que o Hamas faz passar homens e armas para levar a cabo atentados em cidades israelitas, justificam as IDF. É por essa mesma via que chegam a Gaza muitos bens essenciais que o bloqueio israelita não permite que passem pelas vias normais.