Portugal abaixo da média nos indicadores da OCDE sobre bem-estar

OCDE lança site para conhecer e comparar o bem-estar em 362 regiões de 34 países

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As sete regiões definidas para Portugal apresentam valores comparativos muito abaixo da média Público

As sete regiões definidas para Portugal apresentam valores comparativos muito abaixo da média nas áreas da educação e participação cívica, mas também emprego e rendimento. Em Lisboa, por exemplo, 70,3% das casas têm acesso à Internet de banda larga e em média uma família dispõe, por ano, de 12500 euros depois de impostos. Os dados são os disponíveis para 2013 e 2011 respectivamente – ou anteriores a esses anos – e servem como indicadores para classificar as oito dimensões do bem-estar.

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As sete regiões definidas para Portugal apresentam valores comparativos muito abaixo da média nas áreas da educação e participação cívica, mas também emprego e rendimento. Em Lisboa, por exemplo, 70,3% das casas têm acesso à Internet de banda larga e em média uma família dispõe, por ano, de 12500 euros depois de impostos. Os dados são os disponíveis para 2013 e 2011 respectivamente – ou anteriores a esses anos – e servem como indicadores para classificar as oito dimensões do bem-estar.

A página principal do site permite, de início, escolher em mapas interactivos uma região dentro de um país, e dentro de cada país entrar numa página, como quem entra numa janela que abre para um mundo – o mundo dessa região, descrito por indicadores que permitem medir, comparar e posicionar em rankings de acordo com uma pontuação de 0 a 10.

Cruzando dados, segundo a OCDE, viver no Norte de Portugal é comparável a viver no Centro da Grécia ou na Sardenha. A ilha italiana do Mediterrâneo é comparável à Madeira, cujo bem-estar também se equipara aqui a Istambul. A capital da Turquia e as Ilhas Canárias assemelham-se aos Açores e o Centro de Portugal à Sardenha, Ilhas Canárias ou Irlanda do Norte.

Esse conhecimento, lê-se na apresentação do site, é “crucial para orientar medidas políticas e assim melhor concretizar os objectivos da sociedade”, tanto mais que mostram as tendências da última década. Todas as sete regiões definidas para Portugal apresentaram uma evolução negativa, nos últimos dez anos, em emprego e rendimento das famílias. Todas menos Lisboa também se alhearam mais ainda de uma participação cívica. A mesma evolução negativa é apontada nos Açores e na Madeira, onde a situação piorou em mais uma área: a segurança.

De anos recentes, que não são referidos de forma muito precisa, sobre Portugal calcula-se em 61,4% a participação em eleições, e outro dado aponta para 51% a percentagem de pessoas que concluíram o ensino secundário (no universo das que trabalham).

Este último indicador coloca Lisboa no conjunto das 19% piores regiões das mais de 300 identificadas pela OCDE, quando se trata de medir o desempenho na educação. Já no acesso a serviços, calculado pelo acesso à banda larga, Lisboa está nos 41% melhores.

Mundo dividido em dois
Num mundo composto apenas por estas 362 regiões de 34 países da OCDE, e dividido em dois, o Algarve, Madeira e Açores só estariam na metade considerada positiva na área do ambiente, recebendo nota negativa nos restantes sete temas. O Alentejo acrescentaria ao ambiente uma nota positiva apenas no tema segurança, medido em taxa de homicídios por cada 100 mil habitantes por ano. Todas as sete regiões, teriam nota negativa a participação cívica e educação. Saúde e rendimento conseguem nota positiva em Lisboa. 

O Norte teria nota positiva em apenas três áreas: ambiente, saúde e segurança. O Centro acrescentaria uma a essas três: emprego. Madeira e Açores são as piores classificadas, em Portugal, em participação cívica e educação, estando ambas no fundo da tabela. Um pouco acima, o Norte está nos 8% mais baixos em educação, o Centro nos 9% , Alentejo nos 11%, na mesma área e o Algarve nos 14% mais baixos, enquanto Lisboa se encontra no grupo mais alargado dos 19% piores em educação das 362 regiões classificadas dos países da OCDE.