E a arte vai de novo a tribunal

A simples existência deste processo mostra como a liberdade artística em Portugal ainda é vista como condenável. Um jovem licenciado em Artes Visuais pela Universidade do Algarve vai hoje a tribunal, em Faro, acusado de ultraje à bandeira nacional. Isto porque, numa peça artística, o jovem mostrou a bandeira enforcada, numa óbvia metáfora que, aliás, lhe valeu 17 valores no final do curso e um convite para integrar (precisamente com tal peça) uma exposição colectiva de alunos algarvios. Apesar disso, vai hoje sentar-se no banco dos réus. Isto num país onde tantos ultrajam a bandeira sem usarem sequer a sua imagem e em que outros tantos a usam para fins estritamente comerciais, muitas vezes com péssimo gosto (coisa que não deve ser proibida, entenda-se, já que, segundo consta, vivemos numa democracia). Pois bem: como de costume, é a arte que acaba por ir a tribunal – à falta de melhores réus para condenar.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A simples existência deste processo mostra como a liberdade artística em Portugal ainda é vista como condenável. Um jovem licenciado em Artes Visuais pela Universidade do Algarve vai hoje a tribunal, em Faro, acusado de ultraje à bandeira nacional. Isto porque, numa peça artística, o jovem mostrou a bandeira enforcada, numa óbvia metáfora que, aliás, lhe valeu 17 valores no final do curso e um convite para integrar (precisamente com tal peça) uma exposição colectiva de alunos algarvios. Apesar disso, vai hoje sentar-se no banco dos réus. Isto num país onde tantos ultrajam a bandeira sem usarem sequer a sua imagem e em que outros tantos a usam para fins estritamente comerciais, muitas vezes com péssimo gosto (coisa que não deve ser proibida, entenda-se, já que, segundo consta, vivemos numa democracia). Pois bem: como de costume, é a arte que acaba por ir a tribunal – à falta de melhores réus para condenar.