Susana Amador junta-se a Jorge Lacão na demissão do Secretariado Nacional do PS

Cisão socialista atinge direcção nacional: saem dois dos três secretários nacionais eleitos pela quota de António Costa. Idália Serrão espera até sábado.

Fotogaleria

Depois dos apelos à “clarificação” da parte de algumas personalidades de peso – como Ferro Rodrigues e Manuel Alegre – chegou agora a fase das demissões. A primeira foi confirmada ao início da tarde desta quarta-feira, no Parlamento: Jorge Lacão, o ex-ministro dos Assuntos Parlamentares de José Sócrates.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Depois dos apelos à “clarificação” da parte de algumas personalidades de peso – como Ferro Rodrigues e Manuel Alegre – chegou agora a fase das demissões. A primeira foi confirmada ao início da tarde desta quarta-feira, no Parlamento: Jorge Lacão, o ex-ministro dos Assuntos Parlamentares de José Sócrates.

Ao fim da tarde, soube-se da demissão de Susana Amador, a segunda de três secretários nacionais que tinham sido eleitos pela quota de António Costa, depois do congresso do ano passado e na sequência da "declaração de Coimbra" que, há um ano, enterrou o machado de guerra entre Seguro e Costa.

Dos três, só a deputada Idália Serrão se mantém em funções, mas não sem ter sinalizado a sua posição. Ontem ao início da noite também ela foi à sede do PS encontrar-se com Seguro para demonstrar a sua "preocupação pelo momento que o partido está a viver", como a própria disse ao PÚBLICO. E pedir um congresso extraordinário. Saíu sem resposta definitiva e, por isso, espera até sábado.

Jorge Lacão demitiu-se do secretariado nacional invocando não concordar com as “orientações” veiculadas por outros elementos da direcção, que manifestavam a indisponibilidade de Seguro para avançar para a marcação das directas.

“O secretariado nacional é um órgão de coesão e de confiança política do secretário-geral”, explicou Lacão antes de confirmar que estava contra a não convocação. “Este não é o momento para invocar formalismos estatutários”, disse antes de acrescentar ser a favor de “devolver a palavra aos militantes”.

A demissão não pode ser vista, no entanto, como uma surpresa. Lacão não esteve com Seguro desde a primeira hora e só entrou no secretariado depois do Congresso que sucedeu à primeira ameaça de disputa entre Seguro e Costa há um ano.

As declarações de apoio à “clarificação” têm-se sucedido nas últimas horas. O ex-líder Ferro Rodrigues defendeu o mesmo que Lacão. Para Ferro Rodrigues, o PS "só estará em condições de mobilizar e entusiasmar os seus eleitores e militantes com um líder indiscutível e claramente apoiado pelo partido e pela sociedade".

O deputado Pedro Marques apelou igualmente a que se “defina rapidamente a situação política que está criada”.