A democracia tem soluções...

Modi é a esperança que a democracia traz à Índia e ao mundo. Oxalá que não a atraiçoe.

Ele era oposição ao partido do Congresso, onde pontuou a "dinastia" Nehru-Gandhi, durante 64 anos, com uma breve interrupção de oito anos, seis com Vajpayee, do BJP. "O povo deu 50 anos ao Congresso, dêem-me 50 meses para mudar a Índia", slogan parecido era de Modi. O Congresso, e com ele a dinastia, ficou desbaratado, com 44 deputados ou 59 com os aliados vs 288 do BJP e 336 com os aliados.

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Ele era oposição ao partido do Congresso, onde pontuou a "dinastia" Nehru-Gandhi, durante 64 anos, com uma breve interrupção de oito anos, seis com Vajpayee, do BJP. "O povo deu 50 anos ao Congresso, dêem-me 50 meses para mudar a Índia", slogan parecido era de Modi. O Congresso, e com ele a dinastia, ficou desbaratado, com 44 deputados ou 59 com os aliados vs 288 do BJP e 336 com os aliados.

O que promete Modi? A grande mudança: o povo estava farto da corrupção, sem fim à vista; da Justiça lenta e inoperante; dos governantes, deputados e decisores que vergavam perante os poderosos. A discricionariedade e injustiças eram revoltantes.

O povo recebia promessas que pouco se concretizavam, com intermediários sem escrúpulos, que roubavam o que era para os pobres. Programas de ajuda, bem pensados, com empenho, eram ineficazes. Abaixo do limiar da pobreza vivem 25% dos indianos.

Modi, um homem do povo, trabalhador infatigável, deu provas de governante eficaz em Guzarate, onde foi ministro-chefe, em três mandatos. O estado, com uma população de 60 milhões, tem um rendimento per capita de $1,510 [1,102 euros], dos mais rápidos a crescer. Foi capaz de parar a corrupção, com rápidas autorizações para a construção, indústria, hospitais, serviços e infra-estruturas, atraindo investimentos que fizeram de um estado pobre um dos mais industrializados. Organizou, a partir de 2003, encontros bienais, Vibrant Gujarate, com crescentes intenções de investir, nacionais e estrangeiras. A cidade de Sanand ostenta um dinâmico cluster de automóveis com três grandes marcas.

Com as jogadas de poder, os partidos da coligação no Governo alimentavam instabilidade e muitas decisões voltavam atrás, com ameaças de desfazer a maioria no Lok Sabha. Era a grande dor de cabeça de Manmohan Singh. Agora, tudo é simples: dirigentes dos partidos aliados e o próprio Modi falaram de regressar aos elevados níveis de crescimento, unindo todos os cidadãos, que criem trabalho para todos e índices de bem-estar, que há muito mereciam.

Depois da irresponsável exploração colonial dos ingleses que arrasou a Índia, ela aguentou 40 anos de socialismo estéril, que mais a enterrou na miséria.

A partir de 1991 viram-se os surpreendentes efeitos do reformador Manmohan Singh: avivou e realizou esperanças, estando já muita coisa feita, entre outras, a escolaridade obrigatória até aos 14 anos (de 12,6 milhões na universidade, em sete anos passou para 26 milhões); cuidados de saúde em expansão; boas bases para se criar muito trabalho e saltar dos 5-7% de crescimento dos últimos quatro anos para os 8-10%. Em democracia, estando os partidos e o povo alinhados, com uma liderança forte, o êxito é certeiro.

Um país populoso, berço da civilização e cultura, onde nasceu a primeira universidade do mundo; onde os saberes modernos em matemática, astronomia, física, medicina, etc., tiveram lugar séculos antes do Ocidente; que é o viveiro de investigadores – mais de 1035 multinacionais têm centros de I&D na Índia!; é o mais importante pólo de TI, tecnologias de informação; esse país não podia ficar condenado à pobreza e emigração. Modi é a esperança que a democracia traz à Índia e ao mundo. Oxalá que não a atraiçoe, distraindo com temas emocionais e fracturantes.

Presidente da AAPI-Associação de Amizade Portugal-Índia, professor da AESE