Um minuto de silêncio por cada vítima do Holocausto duraria três anos

Marcha Internacional dos Vivos que recorda massacre dos judeus em Auschwitz é dedicada este ano à Hungria.

Foto
Participantes da Marcha dos Vivos no Museu do Holocausto JANEK SKARZYNSKI/AFP

Os manifestantes cruzaram o portal do campo nazi que ostenta a infame frase o “Arbeit macht frei” (O trabalho liberta) ao som do shofar, instrumento de sopro usado pelos judeus nos seus rituais.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Os manifestantes cruzaram o portal do campo nazi que ostenta a infame frase o “Arbeit macht frei” (O trabalho liberta) ao som do shofar, instrumento de sopro usado pelos judeus nos seus rituais.

Este ano a marcha foi dedicada ao martírio dos judeus da Hungria, maciçamente exterminados há 70 anos neste campo de extermínio e à memória do diplomata sueco Raoul Wallenberg, que salvou a vida de milhares de judeus húngaros, quando estava colocado em Budapeste.

O Presidente da República da Hungria, János Áder, participou na cerimónia e afirmou não conseguir encontra palavras que descrevam “os hediondos actos de Auschwitz”.

János Áder pediu aos presentes que fizessem um minuto de silêncio em memória daqueles que perderam as suas vidas neste campo de extermínio. O correcto, disse, seria homenagear com um minuto “cada um que morreu neste local”. “Mas infelizmente essa homenagem duraria mais de três anos”.

“Este dia é importante porque é necessário que a sociedade húngara e a comunidade internacional se lembrem do que aconteceu aqui há 70 anos”, disse Ilan Mor, o embaixador de Israel à AFP. Cerca de 430 mil judeus húngaros foram deportados em 1944 para Auschwitz -Birkenau pela Alemanha nazi, segundo dados do museu do campo. Destes,330 mil morreram nas câmaras de gás.

Antes da marcha, o Governo húngaro tinha organizado um concerto aberto no Museu do Terror, dedicado às vítimas do nazismo e do comunismo. “O Holocausto é maior tragédia moderna da humanidade”, disse Tibor Navracsics , ministro da Justiça.

Entre 1940 e início de 1945, a Alemanha nazi exterminou em Auschwitz- Birkenau cerca de 1,1 milhões de pessoas, incluindo um milhão de judeus de vários países europeus. O acampamento foi libertado pelo Exército Vermelho em Janeiro de 1945.

 A Marcha dos Vivos é um programa educacional que leva estudantes de todo o mundo para a Polónia, para estudar a história do Holocausto e as raízes do preconceito, intolerância e ódio.

Desde a sua criação em 1988, a organização patrocinou mais de 200 mil jovens de todo o mundo que marcharam, durante três quilómetros, pelo mesmo caminho que os judeus tinham que fazer quando saíam do comboio, na localidade de Auschwitz, até ao maior campo de extermínio nazi.
 

Editada por Clara Barata