Manifestantes pró-russos atacam edifícios governamentais na Ucrânia

Governo ucraniano acusa Putin de conspirar com Ianukovich para desestabilizar o Leste do país.

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Uma parte dos manifestantes conseguiu entrar e barricar-se na sede da administração da província em Donetsk Mikhail Maslovsky/Reuters

Em Donetsk, a cidade mais importante da região mineia de Donbass, com um milhão de habitantes, mais de 2000 pessoas manifestaram-se junto da sede da administração da província e umas 150 conseguiram entrar e barricar-se no interior do edifício, levando bandeiras russas e faixas com slogans como “Donetsk, cidade russa” ou “Dêem-nos um referendo”.

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Em Donetsk, a cidade mais importante da região mineia de Donbass, com um milhão de habitantes, mais de 2000 pessoas manifestaram-se junto da sede da administração da província e umas 150 conseguiram entrar e barricar-se no interior do edifício, levando bandeiras russas e faixas com slogans como “Donetsk, cidade russa” ou “Dêem-nos um referendo”.

Segundo a AFP, os 200 polícias que guardavam o local e que chegaram a obrigar os manifestantes a recuar com um canhão de água, acabaram por abandonar a zona.<_o3a_p>

Os manifestantes disseram, entretanto, que dão a Kiev até à meia-noite de segunda-feira para marcar uma consulta sobre o futuro da região.<_o3a_p>

Em Luhansk, outra grande cidade da região, capital da província com o mesmo nome, a 30 quilómetros da fronteira com a Rússia, centenas de pessoas cercaram o quartel-general local dos Serviços de Segurança Ucranianos, escalaram a fachada e içaram uma bandeira russa no telhado. A AFP diz que algumas dezenas conseguiram igualmente entrar no edifício depois de lançarem pedras e partirem vidros das janelas.<_o3a_p>

Estes manifestantes exigem a libertação de activistas pró-russos interpelados em protestos anteriores.<_o3a_p>

Sábado, a polícia ucraniana disse ter detido 15 pessoas que planeavam tomar o poder na província de Luhansk. Na operação foram apreendidas 300 metralhadoras, um lança-granadas antitanque, granadas e cocktails Molotov.<_o3a_p>

Houve ainda confrontos numa terceira cidade do Leste da Ucrânia, Kharkov, entre manifestantes pró-russos e um pequeno grupo de nacionalistas – os primeiros obrigaram os segundos a afastar-se de joelhos. Ambos os grupos foram depois retirados da zona das manifestações sob protecção da polícia. Horas depois, um grupo de manifestantes tomou um edifício governamental na cidade.

No Leste da Ucrânia, onde se concentrava o apoio a Ianukovich, muitos dizem temer que as novas autoridades não respeitem os direitos da população russófona. A Rússia mobilizou tropas para área perto da fronteira e a Ucrânia acusa as autoridades russas de estarem a tentar provocar agitação na região para ter um pretexto para lançar uma incursão militar.

O ministro do Interior ucraniano, Arsen Avakov, acusou Vladimir Putin de estar por trás dos ataques de domingo aos edifícios governamentais e Ianukovich de conspirar com o Presidente russo para desestabilizar o Leste do país. Putin e Ianukovich ordenaram e pagaram a última vaga de desordem separatista no Leste. As pessoas que se reuniram não são muitas, mas são agressivas”, escreveu Avakov na sua página de Facebook.<_o3a_p>

Depois da queda de Ianukovich, a península da Crimeia realizou um referendo sobre a separação da Ucrânia que a União Europeia e os Estados Unidos consideraram ilegal e já foi anexada pela Rússia.<_o3a_p>

O presidente interino da Ucrânia, Oleksander Turchinov, cancelou uma vista à Lituânia prevista para segunda-feira para lidar com os protestos no Leste do país e anunciou uma reunião de emergência com os chefes dos serviços de segurança.