Ucrânia começa a pagar mais 40% pelo gás comprado à Rússia

Gazprom põe fim à redução acordada em Dezembro com o Presidente Viktor Ianukovich. Acordo estava sujeito a uma revisão trimestral e reflecte, também, a dívida acumulada de Kiev a Moscovo.

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O primeiro-ministro interino da Ucrânia, Arseni Iatseniuk, disse que o aumento rondaria os 80% Alex Kuzmin/Reuters

A empresa russa Gazprom aumentou em mais de 40% o preço do gás vendido à Ucrânia, pondo fim a uma redução que aplicou em Dezembro, antes da saída do Presidente Viktor Ianukovich.do poder em Kiev.

"O desconto de Dezembro já não pode ser aplicado”, disse o presidente executivo da empresa, Alexei Miller, citado pela agência Reuters.

A Ucrânia vai agora pagar 385,5 dólares (280 euros) por mil metros cúbicos de gás, contra os 268,5 dólares (195 euros) acordados em Dezembro. Segundo a empresa, este novo preço reflecte a dívida acumulada por Kiev, que chega aos 1,7 mil milhões de dólares (1,2 mil milhões de euros). A Gazprom anunciou ainda que a tarifa do transporte de gás para a Europa através da Ucrânia vai aumentar em 10%, no seguimento dos acordos que já estavam estabelecidos.

Em Dezembro, a Ucrânia beneficiou de um desconto no gás da Gazprom depois de ter rejeitado assinar um acordo com a União Europeia e de se ter associado à união aduaneira planeada pela Rússia. Esse desconto estava sujeito a uma revisão trimestral, o que ocorreu agora.

O novo preço, de 385,5 dólares, é superior à média cobrada pela Gazprom aos países da União Europeia, que é de 370 dólares (269 euros). Ainda assim, fica muito abaixo do que o esperado pelo primeiro-ministro interino ucraniano, Arseni Iatseniuk – na semana passada, perante o Parlamento, o chefe do Governo disse que a Ucrânia estava a preparar-se para um aumento de 79%, para 480 dólares (349 euros).

Nesta terça-feira, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 28 membros da NATO reúnem-se em Bruxelas pela primeira vez depois da anexação da Crimeia pela Rússia, para discutirem vários temas, entre os quais as suspeitas de que Moscovo enviou dezenas de milhares de tropas para a fronteira com a Ucrânia. A NATO e os Estados Unidos dizem que a Rússia tem na região uma força preparada para invadir território ucraniano, se for essa a intenção do Presidente Vladimir Putin, mas as autoridades de Moscovo dizem que não têm quaisquer intenções de o fazer.

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