Tesouro vai realizar um ou dois leilões de dívida de longo prazo até ao final de Junho

Desde a chegada da troika, Portugal ainda só realizou emissões de dívida de longo prazo através de operações sindicadas.

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João Moreira Rato, presidente do IGCP, e Maria Luís Albuquerque, ministra das Finanças Nuno Ferreira Santos

O anúncio foi feito esta quinta-feira pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (ICCP), confirmando a possibilidade que já tinha sido colocada em Janeiro, quando esta entidade apresentou o programa de financiamento para o total de 2014. "O IGCP prevê a realização de um a dois leilões de Obrigações do Tesouro (OT) durante o segundo trimestre de 2014, sendo esperadas colocações de 500 a 750 milhões de euros por leilão", afirma o comunicado divulgado esta quinta-feira. Os leilões serão realizados "à segunda ou quarta quartas-feiras de cada mês, após anúncio do montante indicativo e linhas de OT a reabrir até três dias úteis antes da respectiva data de leilão".

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O anúncio foi feito esta quinta-feira pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (ICCP), confirmando a possibilidade que já tinha sido colocada em Janeiro, quando esta entidade apresentou o programa de financiamento para o total de 2014. "O IGCP prevê a realização de um a dois leilões de Obrigações do Tesouro (OT) durante o segundo trimestre de 2014, sendo esperadas colocações de 500 a 750 milhões de euros por leilão", afirma o comunicado divulgado esta quinta-feira. Os leilões serão realizados "à segunda ou quarta quartas-feiras de cada mês, após anúncio do montante indicativo e linhas de OT a reabrir até três dias úteis antes da respectiva data de leilão".

Desde que iniciou, em Janeiro de 2013, o processo de regresso de Portugal aos mercados, o Tesouro já realizou quatro emissões de dívida de longo prazo. No entanto, todas essas colocações de dívida foram feitas através de sindicatos bancários e não através de leilões. A Irlanda teve uma opção idêntica.

As operações sindicadas são geralmente de valores maiores do que os leilões e têm a vantagem, para o Estado que emite, de assegurar logo à partida uma procura adequada para a emissão, uma vez que os bancos contratados se encarregam de procurar os investidores interessados.

Os leilões implicam a realização de emissões regulares e têm de respeitar um calendário pré-estabelecido. Quando um Estado opta por uma operação deste tipo, não consegue ter tanta certeza de que ao leilão comparecerão investidores suficientes. Os leilões têm a vantagem em relação às operações sindicadas de apresentarem um custo de financiamento mais baixo. E, por isso, são vistos como o passo que falta no processo de regresso aos mercados do Estado português.

Um relatório publicado na semana passada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) mostrava que Portugal tinha sido, em 2013, um dos dois países pertencentes a esta entidade que tinham realizado todas as suas emissões de dívida de longo prazo através de operações sindicadas, em vez de leilões. E recordava o impacto que essa opção podia ter no custo de financiamento suportado.