Instituto Português do Sangue faz "apelo urgente" à dádiva

Neste momento, os tipos de sangue que mais fazem falta são os dos grupos zero negativo e zero positivo, mas também A negativo. Instituto refere que gripe e emigração estão a contribuir para a queda das colheitas.

Foto
São necessárias mais 60 dádivas por dia Nuno Ferreira Santos

O presidente do IPST, em declarações ao PÚBLICO, confirmou que em Janeiro a quebra foi de 13% em termos de número de dadores e de 11% no número de unidades recolhidas, já que mesmo com menos dadores algumas colheitas conseguiram “compensar parte da perda”. Ao todo foram menos 1598 colheitas.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O presidente do IPST, em declarações ao PÚBLICO, confirmou que em Janeiro a quebra foi de 13% em termos de número de dadores e de 11% no número de unidades recolhidas, já que mesmo com menos dadores algumas colheitas conseguiram “compensar parte da perda”. Ao todo foram menos 1598 colheitas.

“Precisávamos de aumentar as colheitas em 60 unidades por dia para estarmos confortáveis, mas é importante que se diga que nenhum grupo está abaixo dos dez dias da reserva nacional”, explicou Helder Trindade. Daí que o pedido que estão a fazer seja mais para os dadores que não contribuem há mais de um ano ou para novos dadores, já que se todas as pessoas aderirem em massa agora “os próximos meses também ficam comprometidos”. Quem tem uma dádiva agendada para as próximas semanas pode aguardar pela data.

Menos jovens e emigração justificam quebra

Quanto às razões para esta quebra, o responsável referiu que “há uma certa sazonalidade nesta tendência”, sendo habitual que no arranque do ano as colheitas baixem sempre, tanto pelos casos de gripe (sobretudo em Fevereiro quando há um pico) “como pela menor receptividade das empresas onde nos dirigimos”, em parte por algumas pessoas terem por hábito dar antes do Natal. Porém, a juntar a este factor, Helder Trindade sublinhou que “a existência de menos jovens, a emigração, a menor satisfação social, dificuldades nos transportes e até em sair do trabalho”, têm sido também situações cada vez com mais peso e que vão levar o IPST a redesenhar a sua estratégia.

Em relação a dados de 2013, o IPST conseguiu fechar o ano com um total de 208.629 unidades recolhidas – um número que está em linha com o de 2012. Mas Helder Trindade alertou que tal só foi possível tendo em consideração que tiveram mais pessoas no terreno. Foi também lançada a plataforma “Dador”, que contribuiu para o aumento das dádivas, com a ajuda de uma aplicação para telemóvel, uma para Facebook e um site nos quais se encontram informações sobre o estado da reserva nacional de sangue, os grupos sanguíneos mais procurados no momento e os locais mais próximos para a dádiva.